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Um dos fundadores do PCC, Geleião morre de Covid-19

Presidiário passou mais de 40 anos, dos 60 de idade, na cadeia. Jurado de morte, sua delação ajudou a polícia a prender o traficante Marcola

atualizado

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1 de 1 geleiao pcc - Foto: Divulgação

São Paulo – José Márcio Felício, 60 anos, presidiário conhecido como Geleião e um dos principais fundadores da facção criminosa PCC, morreu nesta segunda-feira (10/5), de Covid-19, no Centro Hospitalar do Sistema Penitenciário, em São Paulo, capital.

Ele estava internado desde o dia 9 de abril, com 50% dos pulmões comprometidos.

Ele era um dos fundadores originais do PCC, facção criminosa surgida em 1993 no Centro de Reabilitação Penitenciária de Taubaté, no Vale do Paraíba Paulista, a 130 km da capital paulista.

A organização criminosa se estabeleceu em resposta ao Massacre do Carandiru, ocorrido em 1992, e aos maus tratos recebidos pelos apenados, afirmou Geleião em carta ao Uol, em 2019. Na mesma carta, disse que foi ele quem criou a sigla PCC.

“Quando adentrei o sistema prisional do estado de São Paulo, no ano de 1979, por erros cometidos perante à sociedade, fui surpreendido pelos dirigentes do sistema prisional: para ter uma cama ou alimentação decentes tinha que comprar o que o Estado fornecia”, declarou Geleião.

Por algum tempo, “Geleião”, ao lado de Cesinha (César Augusto Roriz da Silva), lideraram a facção formando uma aliança com o Comando Vermelho, do Rio de Janeiro. Foram depostos em 2002 por Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que assumiu o PCC e tornou seus antecessores inimigos.

Cesinha foi assassinado em 2006, mas Geleião permaneceu vivo, cumprindo pena em penitenciárias que abrigam presos ameaçados de morte. Somadas todas as suas prisões, ele passou mais de 40 anos (dos seus 60) preso.

Em troca de atenuação da pena, delatou companheiros e foi decisivo para a prisão de Marcola.

A delação premiada de Geleião foi acolhida em um momento em que esse dispositivo não era comum no Brasil, em 2003.

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