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Um ano depois, o que falta ser esclarecido sobre os atos de 8/1

Dia que marca o 1° ano desde o 8/1 esteve marcado por atos em defesa da democracia. Busca por condenação de responsáveis continua

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Manifestantes bolsonaristas invadem a Esplanada dos Ministérios e promovem atos de vandalismo e terrorismo em prédios públicos. Na imagem, eles invadem Congresso Nacional e destroem parte inferior do gramado, entrando em confronto com a polícia - Metrópoles
1 de 1 Manifestantes bolsonaristas invadem a Esplanada dos Ministérios e promovem atos de vandalismo e terrorismo em prédios públicos. Na imagem, eles invadem Congresso Nacional e destroem parte inferior do gramado, entrando em confronto com a polícia - Metrópoles - Foto: null

Há cerca de um ano, extremistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. Os dias que sucederam o ataque estiveram voltados à identificação e prisão dos envolvidos. Na data que marca o primeiro ano desde os atos de 8/1, nessa segunda-feira, autoridades indicaram que o trabalho continuará para punir os responsáveis.

Entre 8 e 9 de janeiro de 2023, a polícia deteve centenas de pessoas envolvidas diretamente no ataque. Grupo esse que tem sido julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a partir de denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Em paralelo, a Polícia Federal (PF) mira financiadores e fomentadores.

Nessa segunda, a PF deflagrou a 23ª fase da Operação Lesa Pátria, em que cumpriu 47 mandados, sendo 46 de busca e apreensão e um de prisão preventiva. A corporação ainda informou que as investigações continuam. Confira balanço de todas as fases:

  • Mandados de prisão preventiva: 97
  • Mandados de busca e apreensão: 313
  • Valores de bens apreendidos: R$ 11.692.820,29
  • Valores de veículos apreendidos: R$ 5.032.147
  • Valores de ônibus apreendidos: R$ 8.400.000

Embora o número de denúncias de envolvidos nos atos passe de 1,3 mil, até o momento, a PGR apresentou somente uma denúncia contra um financiador. Trata-se de um morador de Londrina (PR), que teria cometido cinco crimes ao oferecer auxílio material e moral ao grupo que invadiu as sedes dos Três Poderes.

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Em agosto, a PGR também denunciou a cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal por crimes relacionados ao 8/1, por suposta omissão.

A responsabilização, porém, não atingiu nomes do Alto Comando das Forças Armadas ou de peso da política. Mas o relatório final da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8/1 no Congresso Nacional propôs o indiciamento de 61 pessoas, sendo 27 militares.

O texto pediu o indiciamento de nomes como o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL); cinco ex-ministros; e ex-comandantes das Forças Armadas, sendo eles Almir Garnier, da Marinha, e Marco Antônio Freire Gomes, do Exército.

O relatório aponta Bolsonaro como o maior culpado pelos atos golpistas de janeiro, fazendo a construção de uma narrativa que remonta a postura dele à frente da Presidência, com críticas aos outros Poderes, em especial ao Supremo Tribunal Federal (STF). Também ressalta que a violência do 8 de janeiro foi precedida por “violência simbólica”.

Até o momento, o STF condenou 30 réus pelos crimes mais graves. Além disso, há 29 julgamentos iniciados em dezembro de 2023 para conclusão em fevereiro deste ano. Outras 146 ações penais têm julgamento previsto até abril de 2024.

Um ano do 8/1

Nesta segunda-feira (8/1), representantes dos Três Poderes se reuniram no STF e no Congresso Nacional em atos em alusão ao marco de um ano após os ataques de 8 de janeiro de 2023.

Na ocasião, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu a responsabilização de todos os responsáveis pelos ataques, entre eles os financiadores. “Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra o país e contra o seu próprio povo”, defendeu o petista. “O perdão soaria como impunidade, e a impunidade como salvo-conduto para novos atos terroristas no nosso país”.

O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, afirmou que a “democracia venceu”, e ela não “nos permite confundir paz e união com impunidade”

O presidente do STF, Luís Roberto Barroso, classificou os responsáveis como “falsos patriotas”, “quixotes do mal” e “aprendizes de terroristas”.

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