Um ano de saudade: ONG homenageará o menino Henry, morto aos 4 anos
Na Justiça, advogados de Monique e Jairinho alegam inocência dos dois acusados do crime; pai do menino, Leniel, luta por condenação
atualizado
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Rio de Janeiro – Um protesto silencioso. É assim que a ONG Núcleo de Assistência às Vítimas de Violência (NAVV) vai homenagear nesta terça-feira (8/3) o menino Henry Borel, de 4 anos, morto há exatamente um ano. A entidade vai soltar 200 balões, brancos e azuis, cor predileta do garoto, às 9h, em Copacabana, zona sul do Rio, e ao meio-dia no bairro de Araçariguama, Sorocaba, região metropolitana de São Paulo.
“Vamos reunir mães que tiveram seus filhos retirados de forma brutal”, afirmou Mirian Costa. Pai do menino, o engenheiro Leniel Borel não vai participar da manifestação. “É um dia muito difícil. Acordo todos os dias para lutar por Justiça”, afirmou Leniel ao Metrópoles.
Com pouco tempo de investigação da polícia, a morte do menino chocava o país, por trazer para o centro das acusações a mãe, a professora Monique Medeiros, e o então padrasto, médico e atualmente vereador cassado Jairo Souza dos Santos Junior, o Dr. Jairinho.
Na Justiça, os advogados de Jairinho contestam laudo do Instituto Médico Legal (IML) que apontou 23 lesões no corpo de Henry provocados por violência. “Recebemos um raio-x do corpo do menino que coloca esta versão em xeque. Queremos que nossos peritos e da polícia sejam ouvidos”, afirmou a advogada Flávia Fróes.
A defesa de Jairinho contratou o perito criminal Sami El Jund, que participou do caso Marcos Matsunaga, assassinado e esquartejado em maio de 2012, em São Paulo. Ele atuou na defesa de Elize Matsunaga, 35 anos, acusada do crime. “Vamos até o Supremo para que nossos peritos e os outros que atuaram no caso sejam ouvidos”, afirmou Flávia.
A defesa de Jairinho pede à Justiça para que ele só seja interrogado após o depoimento dos especialistas. “Há previsão do julgamento de um habeas corpus neste sentido no próximo dia 22 de março”, informou Flávia.
Os advogados de Monique também alegam que ela é inocente.
“A defesa de Monique informa que se compadece do sofrimento dos familiares, sobretudo com relação à mãe do menor, que sequer teve o direito de sofrer o luto de seu amado filho. Que esta data seja um momento de cobrar do poder judiciário rápida, definitiva e justa solução para o caso, punindo o verdadeiro culpado por este evento”, diz em nota.
O crime
O menino Henry Borel foi socorrido por Jairinho e Monique para o hospital Copa D’Or na madrugada do dia 8 de março. À época, o então casal alegou que a morte era resultado de um acidente doméstico. Um mês depois, eles foram acusados de tortura e homicídio triplamente qualificado.
Agora, o ex-casal responde o caso no 2º Tribunal do Júri para saber se serão levados a júri popular. “Quero aplaudir a Justiça de pé quando Monique e Jairinho forem condenados”, afirmou Leniel.