Um ano da Placa Mercosul: saiba o que mudou e o que pode mudar
Pesquisa mostra que mais da metade dos consumidores querem trocá-la. Deputado propõe volta do lacre e identificação do estado de origem
atualizado
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O novo modelo da placa Mercosul começou a ser adotado no Brasil e em alguns países da América Latina em 2018 – e no comecinho de 2020 foi aprovada a Resolução 780/19, que torna o uso obrigatório em veículos 0km e com transferência de município. Certamente você já notou o aumento delas nas ruas. Mas aumentou também o número de pessoas com problemas com elas – seja na dificuldade na leitura do QRCode, na película estampadora, nas falsificações e até na finalização por meio dos despachantes.
“Notamos nos últimos meses um aumento de 15% no número de pessoas que nos procuram alegando problemas na finalização da placa”, conta Willian Morais, gerente de operações da Mr. Easy Auto. O maior problema, segundo ele, acontece na procura por despachantes – geralmente, os mais baratos.
Outro ponto a ser destacado é a qualidade dos produtos distribuídos no mercado. Os consumidores que procuram despachantes se deparam com material de baixa qualidade. São placas muitas vezes tortas, com leitura do QRCode comprometida (que pode acarretar em uma apreensão de veículo), sem vistoria de temperatura (que pode danificar o produto), entre outras partes técnicas que prejudicam a durabilidade do produto.
“O melhor material do mercado é aquele que utiliza a película com maior durabilidade, com cinco anos de garantia. Fujam dos seis meses oferecidos por algumas emplacadoras”, explica Will.
A legislação pode mudar: o deputado federal José Airton Félix Cirilo, do PT cearense, apresentou PL para ressuscitar a identificação da origem do automóvel nas respectivas placas, permitindo que saibamos de qual estado ele é. O parlamentar também quer exigir o retorno do lacre de segurança na placa traseira, como previsto inicialmente.
O processo burocrático da antiga placa cinza foi simplificado. Toda a execução do emplacamento nem exige que você saia de casa. Da entrada da documentação no Detran à liberação dos números, passando pelo próprio emplacamento – que pode ser feito por meio de delivery pelas emplacadoras certificadas. Reforçando: elas têm agora um QR Code, que garante acesso às autoridades de todas as informações sobre o carro.
Pesquisa realizada pela Mr. Easy Auto aponta que, hoje, mais de 52% dos consumidores têm interesse espontâneo em trocá-las pelos novos modelos. Dentro da mesma amostra, nota-se que as mulheres e o público jovem são mais abertos à iniciativa e que a maior preocupação deles, no entanto, é a durabilidade e a preocupação em não riscar o automóvel.
Há uma resistência maior por parte dos homens, relacionada até mesmo à idade (quanto mais velho mais resistente) e ao pouco uso de smartphones e outros dispositivos móveis e redes sociais.
Código alfanumérico
Elas ganharam novo padrão – e o formato mudou: antes, usava-se o AAA-0000; agora, põe-se o padrão AAA0A00. A mudança de código alfanumérico adota o segundo número em troca de uma letra, conforme a sua posição no alfabeto. O zero passa a ser A, o 1 passa a ser B e assim por diante. Uma placa ABC-1234 ficaria como ABC1D23.
As antigas | As novas |
0 | A |
1 | B |
2 | C |
3 | D |
4 | E |
5 | F |
6 | G |
7 | H |
8 | I |
9 | J |
Além do primeiro emplacamento e transferência de município, ela também é obrigatória quando há troca de categoria: um veículo usado como táxi que vira automóvel de passeio. E ainda quando a placa antiga não passa na vistoria por estar danificada ou ilegível ou, claro, se você quiser trocar voluntariamente.
As cores
- Preto: carros particulares
- Vermelho: táxis, veículos comerciais e de autoescola
- Azul: carros oficiais
- Verde: carros de teste
- Dourado: carros diplomáticos
- Prateado: modelos de coleção
√ Curiosidade
A placa ‘nasceu’, na verdade, em 2014 – e para ser espalhada pelo país a partir de 2016, mas o prazo foi adiado em 2017 e, logo em seguida, foi novamente postergado. Só em no início de 2019 efetivamente começou a ser instalada nos carros.