Uip confirma receita com cloroquina e pede “respeito” a Bolsonaro
Bolsonaro postou em seu Twitter que “dois renomados médicos” recuperados de coronavírus se recusaram a divulgar se usaram cloroquina
atualizado
Compartilhar notícia
O chefe do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo, David Uip, confirmou nesta quarta-feira (08/04) a veracidade da receita de cloroquina prescrita a si mesmo. Em entrevista à Rádio Gaúcha, o infectologista pediu “respeito” ao presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), que cobrou o médico nas redes sociais sobre seu tratamento contra o novo coronavírus.
“Presidente, eu respeitei o seu direito de não revelar seu diagnóstico, respeite o direito de não revelar meu tratamento. A minha privacidade foi invadida. A privacidade da minha clínica foi invadida. Tomarei as providências legais adequadas para a invasão da minha privacidade e dos meus pacientes”, disse.
Uip foi diagnosticado positivo ao Covid-19, se curou e já voltou ao trabalho, nesta semana. Questionado na terça (07/04) se havia usado a cloroquina, o infectologia evitou responder. Mas a imagem do receituário foi vazada e repercutiu nas redes sociais.
“Dois renomados médicos no Brasil se recusaram a divulgar o que os curou da Covid-19. Seriam questões políticas, já que um pertence à equipe do governador de SP?”, questionou Bolsonaro no Twitter.
O presidente tem protagonizado recorrentes brigas públicas com João Doria (PSDB). Na segunda-feira (06/04), o tucano criticou o chefe do Executivo e disse que estavam sendo ameaçado por bolsonaristas. Isso porque Doria é contrário ao posicionamento do presidente da República sobre isolamento vertical.
Ele foi um dos primeiros governadores a declarar quarentena como prevenção do contágio à doença. “Não retrocederei um milímetro sequer em defesa da vida. Ameaças não me põe medo”, disse o governador paulista na ocasião.