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UFRJ não tem estrutura para volta às aulas presenciais, diz reitoria

Muitos prédios da universidade não têm infraestrutura para o período pandêmico, o que afeta o retorno dos mais de 50 mil alunos

atualizado

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Reprodução/UFRJ
UFRJ
1 de 1 UFRJ - Foto: Reprodução/UFRJ

Rio de Janeiro – Em meio a sucessivos cortes orçamentários, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) não tem condições de adequar a infraestrutura para a situação pandêmica que estamos vivendo.

Em entrevista ao Metrópoles, o vice-reitor da instituição, Carlos Frederico Leão Rocha, explicou que as salas de aula de muitos dos prédios não têm ventilação adequada, o que prejudicaria o retorno às aulas presenciais.

Segundo o vice-reitor, a situação é tão grave que mesmo “se não estivéssemos no meio de uma pandemia, com atividades remotas, estaríamos realmente fechados”.

Nesta quinta-feira (15/7), entidades de ensino e pesquisa do Rio de Janeiro se manifestaram contra ação do Ministério Público que determina a volta às aulas presenciais até o dia 18 de outubro, sob multa diária de R$ 30 mil, caso seja descumprida. Em nota, as instituições alegam que ato fere a autonomia universitária.

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Vice-reitor, Carlos Frederico, e reitora, Denise Carvalho, durante cerimônia de transmissão de cargos, em 2019
Prédio do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ
Trabalhadores percorrem corredor da Reitoria.
Corredor de prédio da instituição na Praia Vermelha
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“Vamos seguir em defesa do ensino público e gratuito", diz reitora

Foto: Acervo Coordcom/UFRJ
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Vice-reitor, Carlos Frederico, e reitora, Denise Carvalho, durante cerimônia de transmissão de cargos, em 2019

Foto: Ana Marina Coutinho/UFRJ
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Prédio do Colégio Brasileiro de Altos Estudos da UFRJ

Foto: Artur Moês/UFRJ
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Trabalhadores percorrem corredor da Reitoria.

Foto: Ana Marina Coutinho/UFRJ
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Corredor de prédio da instituição na Praia Vermelha

Foto: Raphael Pizzino/UFRJ
Bloqueio

No dia 29 de abril deste ano, a universidade recebeu do Governo Federal a notícia de que R$ 41,1 milhões de seu orçamento discricionário, verba que a instituição tem para bancar seu custeio – água, luz, limpeza e segurança – e investimento – infraestrutura física -, havia sido bloqueado.

Com esse informe, representantes da instituição revelaram, em coletiva de imprensa, em maio deste ano, que o quadro financeiro era grave e que as atividades só poderiam ocorrer até, no máximo, setembro de 2021.

Rankings

A UFRJ tem um longo histórico nos rankings de melhores universidades do país. Neste ano, foi considerada a melhor instituição de ensino superior federal do país pelo QS World University Rankings 2022, lançado em 8 de junho.

No entanto, o orçamento da instituição, que conta com cerca de 50,8 mil alunos por semestre, teve uma redução de 70,3% no orçamento discricionário nos últimos nove anos. Em 2012, quando tinha uma média de 20 mil alunos em cada semestre, a UFRJ tinha disponível R$ 773 milhões para as despesas. Já em 2021, o valor caiu para R$ 299 milhões, informa a instituição.

“A questão financeira nos cria obstáculos”, diz Carlos Frederico Leão Rocha. “Esses incêndios que temos tido nos prédios (que são recorrentes) são resultado dessa falta de recursos. Temos muitas edificações para pesquisa, muito acima da média nacional, mas não temos recursos para conservá-las”, completa.

Recursos

O vice-reitor contou ainda que o Governo Federal tinha R$ 1,2 bilhões reservados para o retorno das atividades de ensino na pandemia, mas que não foram usados.

“Fomos contactados há duas semanas pelo MEC para essa oferta. Eles (recursos) são fundamentais, porque nós precisamos ter álcool gel e EPIs para absorver os alunos. Nós temos um percentual grande de alunos que precisam de EPIs e não têm condições de comprar para participar das aulas. E nós ainda precisaremos tomar esses cuidados quando voltarmos”, declara.

A reitora da instituição, Denise Pires de Carvalho, também falou sobre a oferta: “São cerca de R$ 40 milhões para EPIs. O MEC pediu para encaminharmos uma proposta, nós encaminhamos uma maior, que abrangia mais itens e unidades, então eles pediram para reduzir para cerca de R$ 40 milhões, readequamos o pedido e reenviamos. Estamos aguardando a resposta, que deve acontecer na próxima semana”, explica.

Em relação ao retorno presencial, o vice-reitor diz que há uma expectativa para que os formandos voltem às aulas práticas ainda este ano, mas que, a princípio, não têm condições de todo o corpo estudantil voltar. “A questão da redução em serviços de limpeza também pesa”, conta.

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