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O que explica a alta de incidentes envolvendo turbulência em voos

Número de turbulências aumentaram nos últimos dias, provocando pânico em voos que deixaram feridos e até mortos

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1 de 1 Imagem colorida mostra Avião da companhia Qatar Airways Senado - Metrópoles - Foto: Urbanandsport/NurPhoto via Getty Images

Pelo menos 30 pessoas ficaram feridas após um avião da Air Europa enfrentar turbulência durante um voo da Espanha para o Uruguai. A aeronave fez um pouso de emergência no Aeroporto de Natal, na madrugada de segunda-feira (1º/7).

O episódio, que mudou a rota do Boeing 787-9 Dreamline, se soma a outros recentes onde turbulências causaram pânico, deixaram feridos e até mesmo uma morte.

Em meados de maio, mais de 70 pessoas ficaram feridas e um homem de 73 morreu após um voo da Singapore Ariline enfrentar forte turbulência. A aeronave, que ia de Londres para Cingapura, fez um pouso de emergência na Tailândia.

O que é uma turbulência?

Especialistas ouvidos pelo Metrópoles apontam que turbulências podem ser provocadas por alguns motivos, dentre os principais as mudanças na velocidade e direção do vento, ou por interações com massas de ar, como as nuvens.

“A gente tem uma nuvem chamada Cumulonimbus, que ela tem grande desenvolvimento, tanto na vertical quanto na horizontal”, explica a meteorologista Andrea Ramos. “Tanto é que quando o avião está em voo, ele tem todo um trabalho para não entrar nesse tipo de nuvem, que causa a situação de turbulência. A velocidade vertical delas é rápida e com isso provocam essas turbulências que é comum nos voos”.

Além disso, as mudanças de vento que causam turbulência podem ser explicada por diversos fatores, como alterações no tempo, correntes de jato e até mesmo a presença de montanhas ou prédios em regiões de voos, que podem alterar a rota do ar.

Estas agitações são classificadas em quatro tipos, dependendo do grau de cada uma: leve, moderada, severa e extrema.

Uma das turbulências mais perigosas, segundo o perito aeronáutico Daniel Calazan, são as de céu limpo, também conhecidas como correntes de jato. É uma espécie de redemoinho repentino, que surge mesmo em meio ao céu livre de nuvens ou outros fatores detectáveis por meio de equipamentos.

“Essas são imprevisíveis até hoje. Não há dispositivo que possa detectar com antecedência essas esses fenômenos. Nem o serviço de controle de tráfego aéreo e o sistema de meteorologia têm mecanismos, nem mesmo os aviões têm dispositivos, equipamentos a bordo que possa detectar”, afirma.

As turbulências estão aumentando?

Para Daniel Calazan, uma das principais causas que explicam o aumento no número de turbulências nos últimos anos é o aquecimento global.

“As condições climáticas têm se deteriorado muito devido às alterações meteorológicas, principalmente em relação ao crescimento global, dentre outros fenômenos”, explica.

“Em algumas regiões que não aconteciam esses fenômenos, ou que eram raros ou até mesmo praticamente impossíveis, estão ocorrendo agora”, afirma.

De acordo com um relatório publicado pela Universidade de Reading, no Reino Unido, o número de turbulências aumentaram nos últimos anos.

Segundo o estudo, o aumento mais significativo foi o de casos severos, que se tornaram 55% mais frequentes entre 1979 e 2020 em um ponto sobre o Atlântico Norte, uma das rotas aéreas mais movimentadas do mundo.

Na pesquisa, o professor de ciência atmosférica Paul Williams afirma que as mudanças climáticas, principalmente a alta taxa de dióxido de carbono emitido na atmosfera, são os principais fatores que afetam as correntes de ar e provocam turbulências.

Turbulências não costumam afetar a estrutura do avião, mas danos podem acontecer em casos extremos, segundo o Serviço Meteorológico Nacional dos Estados Unidos. Além disso, pilotos podem perder o controle de aeronaves devido a instabilidade em episódios mais sérios.

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