TSE proíbe propaganda de Lula que associa Bolsonaro a canibalismo
A Corte referendou liminar e mandou tirar de veiculação peça na qual Bolsonaro aparecia dizendo “que comeria um índio sem problema nenhum”
atualizado
Compartilhar notícia
O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por unanimidade, proibiu a veiculação de propaganda do candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que associa Jair Bolsonaro (PL) ao consumo de carne humana. Os magistrados referendaram decisão liminar do ministro Paulo de Tarso Sanseverino, que analisou a peça da campanha petista e concluiu que é “capaz de configurar grave descontextualização”.
A propaganda deve ser retirada imediatamente do ar e qualquer nova veiculação será impedida. A decisão ocorreu a partir de representação da coligação Pelo Bem do Brasil e Jair Bolsonaro (PL), que pediu a retirada das inserções. Os autores da ação alegaram que as peças mudavam o sentido e o contexto de entrevista concedida por Bolsonaro em referência à temática indígena.
A propaganda vetada trazia trechos de vídeo de uma entrevista de Bolsonaro ao jornal The New York Times, em 2016, na qual o presidente, à época deputado federal, conta que só não consumiu carne de um indígena morto em um ritual porque ninguém da comitiva que estava com ele teve coragem. “Comeria um índio sem problema nenhum”, diz Bolsonaro, no vídeo usado pelo PT após viralizar nas redes sociais.
Campanha de Lula
Durante entrevista coletiva na sede do Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Justiça do Trabalho em Campinas, no dia 8 de outubro, o candidato Lula comentou a peça de propaganda do PT sobre canibalismo e disse que não se tratava de uma notícia falsa.
“É ele dando uma declaração para um jornalista americano. E ele repetiu. Aquilo não é invenção, fake news, não é maldade nossa. Estamos apenas informando ao povo quem é o nosso adversário”, afirmou Lula.