TSE encerra testes e informa ter frustrado todos os ataques às urnas
O TSE encerrou nesta sexta o Teste de Confirmação com as correções de cinco achados por especialistas. Aperfeiçoamentos foram concluídos
atualizado
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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) concluiu nesta sexta-feira (13/5) a última etapa do Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação (TPS). Por três dias, especialistas que encontraram brechas nas urnas, em evento realizado em 2021, testaram as correções feitas pela Corte Eleitoral e concluíram que todos os achados foram corrigidos e as urnas, aperfeiçoadas.
Foram resolvidas todas as cinco inconsistências encontradas pelos especialistas no processo colaborativo e de aperfeiçoamento das urnas eletrônicas que é o TPS.
No encerramento do chamado Teste de Confirmação, o juiz auxiliar da presidência do TSE, Sandro Nunes Vieira, reforçou: “Todo o esforço foi importante para celebrarmos a democracia do Brasil. Nenhum dos 29 planos de teste conseguiu atingir nenhum voto sequer ou mexer na totalização dos votos. As urnas são seguras”.
O TPS é realizado desde 2009, com o objetivo de indicar formas de correção e aperfeiçoamento das urnas. Cerca de 140 especialistas já participaram do TPS. Todos sem qualquer ligação com a Justiça Eleitoral, apenas atuando de forma colaborativa.
No Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação (TPS), realizado em novembro de 2021, uma equipe de peritos da PF conseguiu burlar barreiras e acessar a rede interna do TSE. Eles não foram capazes, porém, de acessar a interface onde são armazenados e contados os votos. No teste de confirmação, os peritos da PF não conseguiram ultrapassar nenhuma barreira.
Na confirmação, os peritos não conseguiram ultrapassar nenhuma barreira. Os especialistas tentaram, mas foram derrubados antes de conseguir êxito em qualquer plano.
Confira os itens achados em 2021 que passaram por processo de aperfeiçoamento:
- Ataque ao painel da urna com uso de um teclado físico. Os especialistas conseguiram acoplar um novo painel, mas sem a capacidade de votar. Situação que precisaria de pessoas para trocar os painéis físicos, o que o tornaria improvável;
- Os especialistas conseguiram desembaralhar o extrato de urna remetido ao TSE. O investigador conseguiu enviar boletim de urna sem o embaralhamento. Não há consequências para as eleições;
- Um grupo pulou uma barreira de segurança representada pela rede de transmissão, mas parou na porta da rede do TSE. Os técnicos fizeram aperfeiçoamento desse item e apresentarão aos especialistas;
- Houve ataque ao fone de ouvido da urna para quem tem deficiência visual, e a vocalização foi transmitida via bluetooth. Esse tipo de falha afetaria votos de pessoas com deficiência visual. Mas seria necessário ter um dispositivo acoplado em aparelhos próximos aos mesários. O melhoramento foi efetivado;
- A Polícia Federal acessou a rede do TSE, mas não conseguiu mexer em nenhum sistema ou mudar voto. Trata-se do ataque de mais relevância para correção. A melhoria para evitar esse tipo de acesso será apresentada aos especialistas.
Teste de confirmação
Em 30 de maio, a Corte Eleitoral publicará toda a documentação e as conclusões produzidas pela Comissão Avaliadora do TPS 2021. Em 12 de setembro, termina o prazo para que os sistemas eleitorais e programas de verificação desenvolvidos pelas entidades fiscalizadoras sejam lacrados, mediante apresentação, compilação, assinatura digital e guarda das mídias pelo TSE em Cerimônia de Assinatura Digital e Lacração dos Sistemas.
No ano passado, 26 investigadores realizaram 29 planos de ataques contra as urnas eletrônicas e somente cinco tiveram algum tipo de “achado” relevante. Eles foram resolvidos e serão provados novamente no Teste de Confirmação, após as melhorias implementadas pela Justiça Eleitoral.
Histórico de auxílio à Justiça Eleitoral
O Teste Público de Segurança do Sistema Eletrônico de Votação é realizado desde 2009, com o objetivo de indicar formas de correção e aperfeiçoamento das urnas. Cerca de 140 especialistas já participaram do TPS. Todos sem qualquer ligação com a Justiça Eleitoral, apenas atuando de forma colaborativa. E os peritos da PF estão entre os grupos que mais colaboraram para o aperfeiçoamento da segurança das urnas e de todo o sistema que envolve as eleições.
Em 2017, por exemplo, o grupo liderado pelo perito Ivo Peixinho encontrou uma falha que possibilitava a troca do local de votação do eleitor. Não era mudança de voto. Com a identificação, o TSE passou a adotar amplamente um mecanismo de derivação de chaves criptográficas na urna. Assim, retirou qualquer vestígio de chave embarcada em código-fonte, e corrigiu falhas relativas à verificação de assinatura digital. O problema foi testado novamente pelo mesmo grupo, que não conseguiu fazer a mudança novamente.
Em 2019, a equipe de Peixinho participou mais uma vez do TPS para contribuir com a Justiça Eleitoral e verificado falhas em um chip das urnas. Para resolver o problema, o TSE introduziu o processador de segurança Trusted Platform Module (TPM). Assim, foram reduzidas as quantidades de arquivos gerados pelo aplicativo Gerenciador de Dados, Aplicativos e Interface com a Urna Eletrônica (Gedai-UE), que apoia a preparação dos aparelhos para as eleições e o fortalecimento dos dispositivos de assinatura digital e criptografia.
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