TSE dá direito de resposta a Bolsonaro após Lula ligá-lo a aborto
Campanha petista usou entrevista antiga do presidente sobre interrupção da gravidez. Decisão também considera associação com milícia
atualizado
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O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu por unanimidade dar direito de resposta à campanha de Jair Messias Bolsonaro (PL), após a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) associar o atual presidente ao aborto e a milícias.
A decisão concede a Bolsonaro o direito a 2 minutos e 8 segundos do programa de TV de Lula, além de seis inserções. A concessão do direito de resposta se baseia em regra eleitoral para 2022, na qual não é permitido imputar crime sem condenação ou imputação formal com direito ao contraditório.
Altamente ofensivo
A ministra Maria Claudia Bucchianeri classificou como altamente ofensivo à primeira-dama Michelle Bolsonaro a parte da propaganda petista em que é chamada de “parte do bando” porque teria “crescido no crime”, segundo matéria da TV Globo.
Bucchianeri ainda disse que a associação de Bolsonaro à defesa do aborto foi possível após “adulterações grosseiras”.
“Antes de tudo porque é público e notório que o candidato Jair Bolsonaro possui posicionamento abertamente contrário ao aborto. Ademais, em momento nenhum, na antiga declaração prestada sobre o assunto, o candidato jamais afirmou que estaria disposto ou que ‘poderia abortar o próprio filho’”, disse a ministra.
Em uma entrevista de 2000, Bolsonaro defendeu que o aborto deve ser uma decisão do casal. Na ocasião, ele disse já ter passado pela situação e que a sua companheira na época decidiu manter. Essa foi a declaração antiga explorada pela campanha petista.