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Trump ameniza tom, derruba dólar e traz algum alívio ao governo Lula

Após notícias do exterior envolvendo o novo governo Trump, dólar fechou segunda-feira (6/1) em baixa de mais de 1%, a R$ 6,11

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A duas semanas da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, em um segundo mandato não consecutivo, a moderação no tom sobre a imposição de tarifas de importação pelo novo governo trouxe alívio para moedas emergentes, entre elas o real. Nessa segunda-feira (6/1), o dólar fechou em baixa de 1,1% no Brasil, cotado a R$ 6,11. Na mínima do dia, chegou a R$ 6,09.

A cotação mais baixa da moeda norte-americana neste início de ano é uma boa notícia para o governo Lula (PT), que vem sendo pressionado e cobrado desde que o dólar rompeu a barreira dos R$ 6, no fim do ano passado.

A alta global do dólar nos últimos meses estava relacionada à tarifação ameaçada por Trump, visto que aumentos nas tarifas podem intensificar ou gerar novas guerras comerciais e, por consequência, elevar a inflação nos EUA, já que produtos mais baratos deixariam de entrar no país.

De acordo com reportagem de segunda-feira do jornal The Washington Post, assessores de Trump têm estudado tarifas apenas em importações críticas, o que seria uma mudança considerável em relação às ameaças do republicano durante a campanha presidencial de 2024.

Como candidato, Trump apelou a tarifas “universais” de até 10% ou 20% sobre tudo o que é importado para os EUA. Muitos economistas alertaram que tais planos poderiam causar choques nos preços. Agora, de acordo com o jornal, a tarifação atingiria somente setores-chaves para a segurança do país, como defesa bélica (por meio de tarifas sobre aço, ferro, alumínio e cobre); suprimentos médicos críticos (seringas, agulhas, frascos e materiais farmacêuticos); e produção de energia (baterias, minerais de terras raras e até painéis solares).

Trump negou as informações em sua rede social, Truth Social, ainda pela manhã, mas isso não foi suficiente para a reversão do movimento de enfraquecimento do dólar.

Durante a campanha, ele reforçou sua defesa em torno das tarifas, que chamou de “a palavra mais bonita do dicionário”. Na quarta-feira (1º/1), ele postou que as tarifas vão pagar a dívida norte-americana e “tornar a América rica novamente”.

Trump toma posse oficialmente no próximo dia 20. Nessa segunda, sua vitória nas eleições de novembro foi certificada pelo Congresso dos Estados Unidos.

Também em âmbito internacional, o mercado está de olho na divulgação de novos indicadores econômicos nesta semana, principalmente os de mercado de trabalho nos Estados Unidos, que sairão na próxima sexta-feira (10/1). Eles vão indicar como está se comportando a economia do país e podem dar pistas sobre os próximos passos de política monetária – corte, subida ou manutenção dos juros.

Processo de acomodação

Ainda na segunda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que há um processo de “acomodação natural” e citou o que chamou de “estresse” no mundo todo no final de 2024. Ele ainda afirmou que não está em discussão uma eventual mudança do atual regime de câmbio, que é flutuante. No fim do ano passado, o Banco Central (BC) interveio fazendo leilões (vendas de dólares) em razão da saída atípica de recursos do país.

“O presidente eleito dos Estados Unidos deu declarações moderando determinadas propostas que foram feitas ao longo da campanha. É natural que as coisas se acomodem, mas não existe discussão de mudar o regime cambial no Brasil nem de aumentar imposto com esse objetivo”, disse o ministro.

Haddad negou que exista qualquer possibilidade de subir o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Em linhas gerais, um eventual aumento do IOF poderia conter a alta valorização do dólar ante o real – o que assusta o mercado financeiro. Ao ser questionado sobre a medida, o ministro enfatizou que ela não é cogitada pelo governo federal.

Apesar do que integrantes do governo e do PT vêm dizendo, o novo presidente do BC, Gabriel Galípolo, negou haver “ataque especulativo” do mercado financeiro agindo sobre a disparada do dólar.

“Eu acho que a ideia de ataque especulativo enquanto algo coordenado não representa bem. Eu acho que a gente pode estar explicando como o movimento vem acontecendo no mercado hoje”, disse Galípolo em dezembro.

Segundo o economista, “não é correto tentar tratar o mercado como um bloco monolítico”. Ou seja, na visão do futuro chefe do BC, não é uma coisa só que anda em um único sentido de forma coordenada.

“Basta a gente entender que o mercado funciona geralmente com posições contrárias. Então, toda vez que o preço de algum ativo se mobiliza em alguma direção, você tem vencedores e perdedores”, ressaltou.

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