metropoles.com

Trisal tenta registrar nomes do pai e das mães na certidão dos filhos

Com a chegada de um novo integrante à família, pais vão à Justiça tentar o reconhecimento da maternidade socioafetiva

atualizado

Compartilhar notícia

Google News - Metrópoles
Lívia Dalécio
Filhos do trisal de São Paulo
1 de 1 Filhos do trisal de São Paulo - Foto: Lívia Dalécio

O romance de 16 anos entre o gerente financeiro Marcel Mira e a administradora Priscila Machado abriu espaço para a assistente social Regiane Gabarra, Juntos, eles decidiram formar um trisal. Com a chegada de um novo integrante, um bebê, a família tenta na Justiça registrá-lo com os nomes dos três.

Regina dará à luz um bebê que terá duas mães e um pai. A família também é composta, atualmente, por duas meninas, frutos do romance entre Marcel e Priscila, e pelo irmão de Regiane – que possui a guarda do garoto desde a morte dos pais.

A família conversa com advogados para conseguir na Justiça o direito ao reconhecimento da maternidade socioafetiva. A medida visa assegurar que, apesar de não haver um laço biológico entre Priscila e o bebê, há um laço emocional.

Em entrevista ao Jornal Extra, Priscila fala sobre sua relação com o bebê. “O que vai fazê-lo ser meu filho é o dia a dia, mas para a sociedade que não nos reconhece como família, vamos precisar ter no papel que sou uma das responsáveis legais. Eu sei que ele vai me amar como mãe e eu vou amá-lo como filho, mas quero estar presente nas burocracias da escola, do médico”, conta.

O poliamor não é reconhecido como entidade familiar pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ou pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Contudo, em 2019, o Conselho Nacional de Justiça assegurou o reconhecimento voluntário da paternidade e maternidade socioafetivas em cartório para registro de filhos com mais de 12 anos. Para crianças com idade abaixo de 11 anos, há necessidade da autorização da Justiça, por ser preciso o consentimento.

Para a advogada e especialista em direito de família Alessandra Muniz, a revogação dificulta a regularização do registro por trisais, uma vez que já enfrentam obstáculos constitucionais por terem seus relacionamentos reduzidos à promiscuidade.

“Em muitos dos casos há a necessidade de judicialização, em que o juiz vai analisar a relação afetiva da mãe ou do pai com a criança. O processo todo varia de um a dois anos, em média. O afeto está previsto na Constituição, que deve romper o conservadorismo e criar leis que condizem com a realidade da família brasileira”, disse a advogada.

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

Ícone de sino para notificações

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

Ícone de ajustes do navegador

Mais opções no Google Chrome

2.

Ícone de configurações

Configurações

3.

Configurações do site

4.

Ícone de sino para notificações

Notificações

5.

Ícone de alternância ligado para notificações

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comNotícias Gerais

Você quer ficar por dentro das notícias mais importantes e receber notificações em tempo real?