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Três meses após Weintraub denunciar sabotagem, ninguém foi punido

Em agosto, ministro da Educação acusou hackers de prejudicarem o funcionamento de sites como o do Prouni e do Fies. PF investiga

atualizado

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André Borges/ Especial para o Metrópoles
Abraham Weintraub franze os olhos
1 de 1 Abraham Weintraub franze os olhos - Foto: André Borges/ Especial para o Metrópoles

Oitenta e cinco dias se passaram desde quando o ministro da Educação, Abraham Weintraub, convocou a imprensa e denunciou uma suposta sabotagem em sites da pasta. Neste domingo (03/11/2019), ocorreu a primeira etapa de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). À época, o ministro disse que a instabilidade da plataforma de inscrições poderia prejudicar o programa.

Após as suspeitas de que estava havendo sabotagem nos serviços online da pasta, Weintraub chamou a Polícia Federal. A corporação foi acionada para investigar quem, e como, algum grupo estaria influenciando na rotina das plataformas. O ministro chegou a levantar suspeitas sobre servidores que teriam o intuito de prejudicar o governo.

Três meses após a denúncia, ninguém foi punido. Tanto o Ministério da Educação como a Polícia Federal não detalham a situação atual do inquérito. O Metrópoles apurou, no entanto, que computadores e arquivos da pasta foram alvos de apuração da polícia. Técnicos também foram ouvidos. A Polícia Federal abriu inquérito, mas não apresentou resultados.

O ministério não detalhou quais problemas estavam havendo nos sistemas. Cogitou-se, por exemplo, ataques externos aos programas. Na época, estava em voga a teoria de que “hackers” atuavam contra o governo. Um sistema interno da pasta também foi comprometido. Segundo o governo, até mesmo o sistema de presença, que é usado para o pagamento do Bolsa Família, ficou instável.

“Os serviços estão caindo, alguns deles, de uma forma que a gente não consegue explicar apenas tecnicamente. Há indícios de sabotagem, e esses indícios nos levaram a chamar a Polícia Federal para investigar e verificar se são prova ou não de algo criminoso que possa estar acontecendo aqui”, destacou o ministro, em 8 de agosto.

Para não prejudicar estudantes, a pasta prorrogou as datas de inscrição em testes e programas como Enem, Fies e Prouni.
Demissões
Dias antes dos problemas começarem a acontecer, Weintraub demitiu técnicos de informática responsáveis pelo sistema de presença do Bolsa Família. O programa é usado por municípios. Segundo o ministro, a anulação dos contratos que, nas palavras dele ele, vinham sendo renovados “de forma irregular”.

A Polícia Federal ainda não apresentou relatórios das análises do material investigado. Quando o ministro denunciou o caso, o superintendente da PF no DF, Márcio Nunes de Oliveira, garantiu celeridade no processo. “Assim que analisarmos o material, veremos se haverá ou não abertura de inquérito”, ponderou, em agosto.

Versão oficial
Em nota, o Ministério da Educação informou que as investigações da Polícia Federal estão em curso e foi aberto um inquérito para investigar os indícios de sabotagem. “Para não prejudicar os estudantes, a pasta prorrogou os prazos dos seus diversos programas, as informações com as datas estão no site do MEC”, resume o texto.

A reportagem entrou em contato com a Polícia Federal, mas não obteve resposta até a última atualização deste texto. O espaço continua aberto a manifestações.

Vazamentos no Enem
Weintraub, afirmou que a foto com o teor da prova do Enem que vazou no início da tarde deste domingo não provocou danos ao exame e, em sua avaliação, não abrirá brechas para pedidos na Justiça para a anulação da prova.

Análises feitas até o momento, de acordo com ele, indicam que o vazamento teria sido provocado por um aplicador de provas que, notando a ausência de três candidatos, teria aberto os cadernos e fotografado. A pasta suspeita que o caso tenha ocorrido em Pernambuco.

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