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Três indígenas são baleados em confronto com a PM em Santa Catarina

Governo de Santa Catarina decidiu fechar as comportas de barragem que pode inundar comunidades. Ministério dos Povos Indígenas aciona a PF

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Foto colorida de conflito entre indígenas e policias em Santa Catarina - Metrópoles
1 de 1 Foto colorida de conflito entre indígenas e policias em Santa Catarina - Metrópoles - Foto: Reprodução

A Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC) e indígenas da etnia Xokleng entraram em confronto neste domingo (8/10), depois da decisão do governador do Estado, Jorginho Mello (PL), de fechar as comportas da Barragem Norte de José Boiteux, que fica dentro da Terra Indígena. A medida afeta diretamente o nível do Rio Itajaí-Açu na região de Blumenau.

Segundo o Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, três indígenas foram baleados e encaminhados para um hospital da região. Não há informações sobre o estado de saúde deles.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o conflito entre policiais e indígenas. Veja:

As comportas do reservatório estavam abertas desde 2014, como resultado de negociações entre líderes indígenas e o governo catarinense, mas houve determinação de fechamento com a justificativa de reduzir os efeitos das fortes chuvas que atingem o estado.

Reação no governo federal

O Ministério dos Povos Indígenas acompanha a situação do povo Xokleng e afirmou que o fechamento das comportas poderia resultar no alagamento da terra indígnea Laklanõ Xokleng.

A instituição afirma que o governo catarinense prometeu fornecer botes para que a comunidade indígena pudesse se proteger no caso de alagamento em decorrência das fortes chuvas. No entanto, essa promessa não foi cumprida.

“Essas contrapartidas não foram cumpridas o que deixaria a terra indígena completamente desassistida, representando um risco de vida para o povo Xokleng, o que motivou os protestos que foram reprimidos pela polícia do estado, deixando dois indígenas feridos, de acordo com informações do sistema de saúde da região”, diz trecho da nota divulgada pelo Ministério dos Povos Indígenas.

A pasta comandada por Sonia Guajajara (PSol) afirmou que mobilizou a Polícia Federal (PF) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) para garantir a segurança das comunidades originárias.

O Metrópoles entrou em contato com a Polícia Militar de Santa Catarina sobre o conflito, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.

Conflito

A barragem foi construída dentro do território indígena Laklanõ Xokleng, demarcada legalmente. De acordo com o NSC Total, parceiro do Metrópoles, quando as portas das barragens são fechadas e a área é inundada, moradias são afetadas e a comunidade fica ilhada. É assim desde 1992, quando a obra foi entregue pelo governo federal.

Os indígenas relatam que ao longo da história casas, escolas e plantações se perderam por causa da barragem. Citam, inclusive, mortes em decorrência das inundações. Desde então, cobram indenização por causa dos danos provocados pela construção.

Fortes chuvas foram registradas em Santa Catarina nos últimos dias. O nível da água em Blumenau passou dos seis metros — o que significa usar a barragem, conforme prevê o plano de ativação do Estado —, mas isso não aconteceu.

O governo catarinense chegou a declarar que não fecharia as comportas em José Boiteux porque não havia segurança para a manobra, mas decidiu que iria operá-la.

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