Três estados brasileiros são campeões de mortes por Covid-19 no mundo
Amazonas, Rio de Janeiro e Roraima estariam entre as cinco nações com mais mortes proporcionais pela doença caso fossem países
atualizado
Compartilhar notícia
Três estados brasileiros fariam parte do ranking de cinco países com mais mortes por Covid-19 em proporção à população caso fossem considerados como nações independentes.
O Amazonas lideraria a lista, com quase 2.706 falecimentos a cada 1 milhão de habitantes. As outras unidades da Federação são o Rio de Janeiro, com 1.951 a cada 1 milhão, e Roraima, com 1.905.
O país com o maior número de óbitos a cada 1 milhão de habitantes é San Marino, com pouco mais de 2.268. Em seguida, vem a República Tcheca, com 2.068. Bélgica (1.926), Eslovênia (1.877) e Reino Unido (1.841) completam o ranking das cinco nações com mais mortes proporcionais.
Com mais 2.286 vidas perdidas nas últimas 24 horas, o Brasil registrou, na quarta-feira (10/3), novo recorde desde o início da pandemia. A média móvel de mortes causadas por Covid-19 no país chegou a 1.626, também a maior já computada.
O indicador, em comparação com o verificado há 14 dias, sofreu acréscimo de 41%, o que mostra tendência de alta nos óbitos.
O gráfico a seguir mostra a quantidade de mortes para cada 1 milhão de habitantes por unidade da Federação:
A comparação evidencia a gravidade da situação da pandemia no Brasil. Com a segunda onda da doença, os leitos de UTI em todo o país lotaram, levando alguns locais ao colapso do sistema de saúde.
O próximo gráfico mostra como evoluiu a taxa de mortes a cada 1 milhão de habitantes desde o início da pandemia no Brasil. No caso de Amazonas e Roraima, é nítida a aceleração na quantidade de óbitos com a segunda onda.
A receita para resolver a situação é conhecida, mas não é bem aplicada. “Somente com a vacinação em massa da população, testes para o diagnóstico e isolamento das pessoas infectadas, rastreamentos dos contatos, aderência às medidas restritivas, uso de máscaras cobrindo nariz e boca, a higienização das mãos e evitando as aglomerações iremos vencer essa pandemia”, apontou o médico infectologista Julival Ribeiro.
Para o especialista, a situação mudou de figura entre a primeira e a segunda onda. “Além das pessoas idosas e com comorbidades, estão sendo acometidas pessoas jovens, que estão desenvolvendo casos graves e precisando de UTI. Os jovens permanecem mais tempo na UTI, pois, geralmente, são mais saudáveis e, com isso, aumentam a permanência do período de internação”, disse.
Ribeiro é consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), que, na última segunda (8/3), divulgou nota apontando que, “se a epidemia continuar nesta rápida curva ascendente, o sistema de saúde de todo o país entrará em falência nos próximos dias ou poucas semanas”.
“Nas cidades e nos estados que estão próximos ao colapso do sistema de saúde, poucas medidas nos restam, incluindo as mais restritivas e rigorosas de distanciamento social, como adoção de toque de recolher e, eventualmente, o lockdown, até que possamos voltar a oferecer leitos hospitalares e atendimento médico digno à nossa população”, concluiu a nota.