Três em cada quatro brasileiros apoiam a urna eletrônica, segundo Datafolha
Preferência pelo voto em papel é maior entre os que aprovam Bolsonaro e entre os que estão vivendo normalmente na pandemia
atualizado
Compartilhar notícia
Uma pesquisa Datafolha mostra que 73% dos brasileiros apoiam o sistema de voto em urna eletrônica no país. Para 23%, no entanto, o voto impresso deveria voltar a ser usado; 4% responderam não saber.
Do total de entrevistados, 29% responderam que não confiam no sistema eletrônico e 69% disseram que confiam muito ou um pouco.
A preferência pelo voto em papel, segundo a sondagem, é maior entre os simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro (38%) e entre os que estão vivendo normalmente na pandemia (43%).
O presidente tem colocado o sistema brasileiro eletrônico em xeque. Os discursos que levantam suspeita sobre a possibilidade de fraude nas eleições ganharam força em 2018 e, desde então, Bolsonaro tem tocado neste assunto.
Para ele, o voto impresso ajudaria a “tirar da cabeça do povo a dúvida de possíveis fraudes nas eleições”.
“Nós temos que ter um sistema de apuração que não deixe dúvidas. É só isso. Tem que ser confiável e rápido. Não deixar margem para suposições. Agora, um sistema que desconheço no mundo onde ele seja utilizado. Só isso e mais nada”, afirmou, em novembro do ano passado.
TSE confia
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) assegura que o sistema brasileiro é confiável. Presidente do órgão, o ministro Luís Roberto Barroso ressalta que o sistema não fica ligado em rede e que não tem como ser atacado.
“O Brasil é um país tão singular que até quem ganha reclama de fraude”, ponderou o magistrado, no primeiro turno das eleições municipais, no ano passado.
Embora o Supremo Tribunal Federal (STF) tenha considerado inconstitucional o retorno do voto impresso, tramita no Congresso Nacional uma proposta de emenda à Constituição, de autoria da deputada Bia Kicis (PSL-DF), que estabelece a implantação do voto em papel.
O Instituto Datafolha ouviu 2.016 brasileiros, por telefone, entre os dias 8 e 10 de dezembro de 2020. A margem de erro é de dois pontos percentuais.