“Vamos buscar o que está comprovado”, diz Queiroga sobre Covid-19
“Minha opinião em relação a essa questão é que temos que olhar para frente”, disse o novo ministro da Saúde de Bolsonaro
atualizado
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O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta quarta-feira (24/3) que é preciso buscar “o que existe de comprovado” no tratamento da Covid-19.
A declaração do ministro foi feita após ser questionado, durante coletiva de imprensa, no Palácio do Planalto, se o Ministério da Saúde pretende alterar um protocolo da pasta, divulgada no ano passado, que contém nota informativa com orientações para “manuseio medicamentoso precoce de pacientes com diagnóstico da Covid-19” (leia mais abaixo).
“Na minha opinião em relação a essa questão é que temos que olhar para frente e buscar o que existe de comprovado e é isso que o Ministério da Saúde vai fazer”, disse o ministro.
Apesar da fala, Queiroga ressaltou que o Código de Ética Médica permite que médicos prescrevam medicamentos “off-label”, ou seja, fora da bula. Ele ressaltou, no entanto, que é preciso observar “segurança, eficácia, efetividade, custo efetividade e impacto no Orçamento”.
A mudança no protocolo foi feita já sob a gestão interina do agora ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, em maio de 2020. Entre as substâncias citadas pela pasta para o tratamento da Covid-19 estão: difosfato de cloroquina, sulfato de hidroxicloroquina e azitromicina – todas sem eficácia comprovada contra o novo coronavírus. O documento, atualizado em agosto e assinado por secretários do Ministério, pode ser acessado aqui.
Ao virar o ano, já sob fortes críticas quanto ao uso de substâncias sem eficácia contra a Covid-19, o governo mudou o discurso e passou a defender o “atendimento precoce”. Bolsonaro, inclusive, deixou de citar o nome de remédios que antes defendia.
Durante coletiva, em janeiro, o então ministro Pazuello chegou a dizer que nunca autorizou protocolos sobre remédios contra a Covid-19. A mudança de protocolo foi um dos motivos da saída dos ex-ministros Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta.