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“Quem não pode errar?”, questiona prima de piloto de voo da Chape

Em entrevista à Folha de São Paulo, familiares do comandante defendem o profissional e criticam a cobertura da imprensa sobre o caso

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Reprodução/Arquivo Pessoal
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1 de 1 piloto_lamia - Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal

Familiares do piloto Miguel Quiroga também estão de luto. Ele é um dos 71 mortos no acidente com o avião da Chapecoense, que caiu na Colômbia na madrugada desta terça-feira (29/11). No entanto, lidam com mais um fardo: seria Quiroga o culpado pela tragédia?

“Sei que as pessoas procuram alguém e que ele pode ter alguma culpa. Mas quem não pode errar?”, questionou Kris Quiroga, prima do piloto, em entrevista à Folha de São Paulo. Para ela, este não é o momento de nomear responsáveis. “A gente ainda não sabe o que aconteceu”.

Segundo Osvaldo Quiroga, também primo do piloto, Micky — como a família chamava Miguel Quiroga — estava muito feliz com o crescimento da companhia aérea LaMia. Ele era um dos sócios da empresa.

Nas redes sociais, outra familiar do comandante criticou a cobertura dos meios de comunicação e defendeu Quiroga. “Homem esforçado, trabalhador, nobre, excelente ser humano e um profissional de primeira. Era um pai e um marido excepcional”.

Acidente
Com acesso ao plano de voo do avião que se acidentou com a delegação da Chapecoense, o jornal boliviano El Deber enumerou alguns motivos que deveriam ter impedido o avião da companhia aérea LaMia de sair de Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, rumo a Medellín, na Colômbia. O avião se acidentou quando se aproximava da cidade colombiana, matando 71 pessoas – seis sobreviveram.

O plano de voo entregue por Álex Quispe – um dos sete tripulantes que estavam no avião – recebeu ao menos cinco observações feitas por Celia Castedo Monasterio, que trabalhava no escritório onde todos os planos de voo do Aeroporto Internacional de Viru Viru são revisados. A encarregada indicou que a autonomia do voo não era adequada, que faltava um plano de voo alternativo e que o informativo foi mal preenchido, exigindo algumas mudanças.

A principal observação apontava que o tempo previsto de voo entre Santa Cruz de la Sierra e o Aeroporto José María Córdova, em Medellín, era igual a autonomia de combustível que tinha a aeronave RJ85, cuja matrícula é LMI2933. O tempo estimado da rota era de 4 horas e 22 minutos, e a distância a ser percorrida era de 2.985 km, apenas 15 km do alcance máximo do jato, cerca de 3 mil km.

Quispe argumentou que o piloto do voo, Miguel Quiroga, havia passado a informação e que o tempo seria suficiente. “Não, senhora Celia, eu tenho essa autonomia, nos parece bem… Assim, sem complicações, faremos (o voo) em menos tempo, não se preocupe. É simples, tudo bem, então simplesmente deixe-me (prosseguir com o plano de voo)”, disse Quispe, segundo documento descrito pelo El Deber.

Para ter autorização de voo na Bolívia, é necessário ter combustível suficiente para cumprir a viagem até o destino final, chegar até um aeroporto auxiliar mais próximo do destino e ainda ter condições de sobrevoar 45 minutos sobre esse segundo aeroporto.

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