Concorda? Aeroporto de Brasília está entre os mais pontuais do mundo
Segundo consultoria internacional de aviação, terminal JK é líder em pontualidade no país na sua categoria, com mais de 100 mil voos por ano
atualizado
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Você pode reclamar da alta do dólar e das novas regras de despacho de bagagem e segurança de voo. Vociferar até contra a reforma urbana que deixou atrapalhados alguns motoristas próximo à via que leva ao Aeroporto Internacional de Brasília Juscelino Kubitschek. Mas, ao chegar ao embarque, respire fundo. Se as estatísticas jogarem a seu favor, há grandes chances de que o estresse da viagem já tenha ficado para trás: pelo menos no quesito pontualidade, você está no melhor terminal aeroviário do Brasil.
É o que apontam os dados de um ranking divulgado recentemente pela consultoria britânica especializada em aviação OAG. O levantamento considera aeroportos de grande porte, com mais de 100 mil voos por ano. Segundo a empresa, o Aeroporto Internacional de Brasília tem 85,9% de pontualidade em suas decolagens – pontuação suficiente para render ao terminal avaliação de cinco estrelas pelos critérios da consultoria.
Bem na fita
É a segunda vez este ano que o aeroporto dos brasilienses ganha reconhecimento pela sua pontualidade. No início de 2017, a mesma empresa colocou o terminal como o quarto mais “britânico” do mundo em 2016. Ele foi o único brasileiro a aparecer na lista de aeroportos de grande porte do relatório. Perdeu para o de Surabaya, na Indonésia, que tem mais de 90% de pontualidade. O terminal de Cumbica, em Guarulhos (SP), levou a prata na lista de empreendimentos escala “major”, com mais de 20 milhões de partidas e chegadas por ano.
Confira o que dizem os usuários do Aeroporto Internacional de Brasília:
“É natural querermos comparar nossos dados com os de outros terminais, mas cada aeroporto é único”, diz Josmario Brito, gerente de operações do aeroporto brasiliense. “Brasília hoje é o maior hub do Brasil (ponto de conexões para outros destinos dentro do país). Já Guarulhos, é hub de voos internacionais. A experiência do passageiro é diferente.”
O terminal de Brasília mantém um controle interno de pontualidade. Atualmente, o número chega perto do calculado pela consultoria gringa: 88%. Segundo a Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA), entidade que estabelece réguas e parâmetros de excelência, para um terminal ser considerado “nível A” em pontualidade os atrasos não devem passar de 20% dos movimentos.
O aeroporto de Brasília hoje está bem. Mas isso depende muito dos outros terminais. Se os lugares de onde partem os voos não mantiverem a pontualidade, afeta aqui também
Josmario Brito, gerente de operações do JK
Aéreas
O ranking mediu também a pontualidade das companhias aéreas. Nenhuma empresa brasileira recebeu avaliação de cinco estrelas. Entre as que conquistaram quatro estrelas, a Azul é a mais bem colocada do país, com taxa de 84,6%. Aparecem ainda na lista a Gol (83,1%) e a LATAM Brasil (81,7%). A Avianca Brasil foi avaliada com três estrelas (76,8%).
De acordo com as novas regras de direitos e deveres do passageiro e das aéreas da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a companhia só tem obrigação de oferecer ao cliente acomodação, reembolso integral de passagem ou execução do serviço por outro meio de transporte em casos de atrasos superiores a quatro horas. Se a demora for superior a uma hora, a empresa precisa oferecer apenas comunicação via telefone ou internet. Atrasos com mais de duas horas dão direito a alimentação, seja um lanche ou um voucher.
Passageiros aprovam
Sossego e salas de embarque quase nunca andam de mãos dadas. Bufadas, olhos revirando e passageiros aos berros com funcionários nos balcões de atendimento são quase tão comuns quanto gente correndo em busca do voo perdido. No entanto, em Brasília, os passageiros ouvidos pelo Metrópoles se disseram satisfeitos com o terminal. Principalmente quando a comparação é com aeroportos mais movimentados.
“Em Congonhas é comum esperar horas. Aqui nunca tive problema de atrasos grandes. Sempre que preciso voar por Brasília, dá tudo certo”, avalia o militar Fernando de Almeida. Morador do Rio, ele e o colega Lamartine Medeiros viajam a trabalho com frequência à capital.
O bancário Paulo Eduardo Silva vez ou outra bate ponto no terminal, quando visita a família no interior de São Paulo. Só este ano, diz ele, “foram umas sete viagens”. Nenhuma delas com grandes imprevistos. “Geralmente atrasos pequenos, coisa de minutos”, afirma.