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Transição ecológica: BNB quer financiar projetos de energia solar e eólica

Exportação de hidrogênio verde também é aposta do Banco do Nordeste (BNB), que busca novos aportes de fontes privadas e estrangeiras

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1 de 1 Foto colorida de placas de energia solar e estações de energia eólica - Metrópoles - Foto: Zhongguo/GettyImages

O presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara, aposta no financiamento de projetos de energia solar e eólica como forma de contribuir para o Plano de Transição Ecológica, lançado nessa sexta-feira (11/8) pelo seu coordenador, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

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Em entrevista ao Metrópoles, Câmara garantiu que o BNB deverá contribuir “ativamente” para a execução do plano. “O BNB se engajará, por exemplo, no financiamento de projetos relacionados à energia solar e eólica, que têm um enorme potencial na região e são essenciais para a redução das emissões de gases de efeito estufa e a diversificação da matriz energética brasileira”, disse ele.

A ideia é posicionar o Nordeste como polo de energias renováveis. Em um momento em que o foco do mundo está na preservação da Floresta Amazônica, a região busca se posicionar como agente ativo no processo de transformação energética.

O ex-governador de Pernambuco pelo PSB disse que a articulação do banco com o Ministério da Fazenda tem sido “estreita e produtiva”. “A troca de informações e conhecimentos técnicos tem permitido alinhar as ações do BNB com as diretrizes e metas estabelecidas no plano. Trabalhamos em conjunto para identificar oportunidades de investimento e definir as estratégias para a implementação de projetos que estejam em consonância com os objetivos do chamado Plano Verde”.

Hidrogênio verde

Além da implementação de parques eólicos e usinas solares, com recursos provenientes do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), o banco estuda o potencial do hidrogênio verde e o interesse de países em importar essa energia limpa do Brasil.

“O estímulo ao mercado de exportação de hidrogênio verde é uma das oportunidades que pretendemos explorar”, anunciou Câmara.

Segundo ele, estão sendo preparadas três ações para esse novo combustível limpo:

  1. Elaboração de um termo de referência para estudo de mapeamento e potencialidades da cadeia produtiva do hidrogênio verde pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene);
  2. Organização de um evento para que os empregados aprendam sobre essa nova tecnologia; e
  3. Lançamento do edital do Fundo de Desenvolvimento Econômico, Científico, Tecnológico e de Inovação, o Fundeci, destinado a apoiar, com recursos não reembolsáveis, projetos de energias renováveis, com ênfase em hidrogênio verde.
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Paulo Câmara
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Presidente do Banco do Nordeste (BNB), Paulo Câmara

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Agronegócio sustentável

Outro ponto em que o Banco do Nordeste busca atuar é no financiamento de práticas agrícolas sustentáveis. No Plano Safra 2023/2024 o governo federal ampliou em 33% os recursos repassados ao BNB em relação ao valor disponibilizado no plano anterior. São R$ 20 bilhões disponíveis para investimentos no agronegócio empresarial e na agricultura familiar da região, o que representa um valor recorde de aporte.

O banco busca disponibilizar linhas de crédito adequadas, com taxas atrativas e condições favoráveis, para impulsionar a adoção de tecnologias limpas, a modernização do agronegócio sustentável e a ampliação do acesso da agricultura familiar a recursos financeiros.

Um dos exemplos é a linha FNE Sol, com a qual pode ser financiado desde o grande produtor até o agricultor familiar que deseja instalar placas solares em sua propriedade.

Financiamento

Somente nos últimos cinco anos, o banco de desenvolvimento investiu mais de R$ 30 bilhões em projetos de energia renovável na região. Outros R$ 10 bilhões estão previstos ainda para 2023.

Para os próximos anos do governo Lula (PT), Câmara disse que são estudados novos fundings (formas de captação de recursos), além dos públicos.

“Quanto ao período entre 2024 e 2026, reconhecemos uma demanda elevada para investimentos no setor. Dentro dessa perspectiva, temos trabalhado a diversificação de fontes de recursos. A inclusão de novos fundings pode, de fato, levar a um aumento substancial dos valores voltados ao financiamento de energias renováveis em nossa área de atuação”, afirmou Câmara.

“Estamos em busca de novos aportes além dos provenientes das fontes de recursos das quais dispomos. Essa abordagem multifacetada é fundamental para ampliar a capacidade de financiamento e alavancar os projetos de desenvolvimento regional”, continuou ele.

Recentemente, foi firmada uma parceria com organismos multilaterais, como a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), que resultou em um acordo de € 150 milhões para investimentos em infraestrutura. “Esses recursos devem colaborar com nosso propósito de diversificar a matriz energética da região”, informou o presidente do BNB.

Outra ação importante foi o alinhamento com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em um processo de estruturação da operação de empréstimo do Programa de Desenvolvimento Produtivo da Região Nordeste (Prodepro), que disponibiliza aos governos estaduais do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo US$ 300 milhões para financiar obras de infraestrutura e estruturação de projetos para as principais cadeias produtivas estaduais.

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