Transição deve propor Planejamento e Indústria separados da Economia
Desmembramento do Ministério da Economia em três pastas é uma das propostas do Gabinete de Transição de Economia, segundo Nelson Barbosa
atualizado
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Nelson Barbosa, integrante do grupo temático (GT) de Economia no Gabinete de Transição e ex-ministro do Planejamento de Dilma Rousseff (PT), indicou que o Ministério da Economia deve ser desmembrado em três pastas no futuro governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT): Economia, Planejamento e Indústria e Comércio.
“Houve um pedido da coordenação geral da campanha para que se estudasse a divisão do Ministério da Economia em três: o Ministério do Planejamento, o Ministério da Economia e o Ministério da Indústria e Comércio. Esses três grupos estão fazendo suas propostas e serão enviadas à coordenação de campanha, mas é uma proposta preliminar que ainda vai ser discutida e reformulada”, declarou Barbosa, nesta quarta-feira (30/11), ao deixar a sede do Gabinete de Transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
Segundo ele, a pasta da Economia poderá voltar a se chamar Fazenda, ou mesmo Finanças. “Vamos fazer uma enquete, o que vocês acham? Se vai se chamar Fazenda, Finanças ou Economia. Por uma questão de economia de gastos, nós estamos sugerindo manter o nome em Economia. Não tem de mudar o letreiro, não tem que mudar cartão, não tem de mudar nada”, afirmou Nelson Barbosa.
A atual configuração do Ministério da Economia foi definida no início do mandato do presidente Jair Bolsonaro (PL), que integrou várias pastas em um superministério, comandado desde 2019 por Paulo Guedes.
“Nós estamos fazendo uma proposta de ministério para que o ministro escolhido possa trabalhar. É preliminar, uma sugestão que a equipe de transição vai fazer ao governo eleito. Uma vez definido quem é o ministro de cada pasta, obviamente, essa pessoa pode mudar”, prosseguiu o ex-ministro.
Elogios a Haddad
Nelson Barbosa ainda elogiou o ex-ministro Fernando Haddad, cotado para assumir o Ministério da Fazenda no terceiro governo Lula. Barbosa classificou o colega como “um dos melhores quadros políticos” do país e minimizou resistências que o mercado tem apresentado ao nome dele.
“Ele foi um ótimo ministro da Educação, foi um bom prefeito de São Paulo, foi o candidato a presidente quando Lula não pôde ser, fez uma ótima campanha em São Paulo. Um dos melhores quadros políticos do PT e do Brasil”, ressaltou Barbosa.
“O mercado flutua, vai e volta”, prosseguiu, ao ser questionado sobre as reações negativas de agentes financeiros à possível indicação de Haddad. “Como eu disse, o Haddad é um dos melhores quadros políticos do país. Qualquer função que ele desempenhar no governo Lula eu tenho certeza de que ele vai fazer muito bem”, completou.