Transição aponta “desmonte do Estado” por Bolsonaro. Veja relatório
Equipe de transição apresentou relatório final nesta quinta-feira (22/12) e identificou “retrocessos” da atual gestão
atualizado
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O coordenador-geral do Gabinete de Transição e vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), apresentou nesta quinta-feira (22/12) o relatório final construído pela equipe desde novembro. A radiografia aponta, segundo Alckmin, um “desmonte” do Estado e das políticas públicas por parte do governo Jair Bolsonaro (PL).
Em apresentação à imprensa na sede do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, Alckmin apresentou o que o governo eleito considera “retrocessos” promovidos pela atual gestão. Foram citados, por exemplo, o aumento da evasão escolar, a queda nos índices de imunização da população e o aumento da distribuição de armas de fogo.
Segundo Alckmin, o orçamento destinado à prevenção de desastres naturais foi reduzido a R$ 2 milhões. Na área ambiental, houve um aumento de 59% no desmate da Amazônia entre 2019 a 2022.
“Infelizmente, nós vimos um desmonte do Estado. Isso não é austeridade, é ineficiência de gestão”, afirmou Alckmin.
Veja a íntegra do relatório apresentado:
Relatório Final Da Transição de Governo by Guilherme Goulart on Scribd
Em fala feita após as declarações de Alckmin, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), disse não ter a intenção de fazer “pirotecnia” ou “um show” com o material consolidado, mas apresentar à sociedade brasileira a situação encontrada em dezembro de 2022.
Penúria
O petista avaliou que a situação atual é de “penúria”, em que as coisas mais simples não foram feitas. “O presidente [Bolsonaro] preferia contar mentiras no cercadinho do que governar esse país”, criticou.
O relatório apresentado é resultante do trabalho de 34 dias (entre 8 de novembro e 12 de dezembro), que envolveu cerca de mil pessoas nas atividades de 32 grupos temáticos (GTs).
Também houve participação do Conselho Político, que reúne os partidos aliados ao governo eleito e é coordenado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e do Conselho de Participação Social, composto por representantes da sociedade civil.