Transferência de líderes de massacre contará com apoio da Força Aérea
Facção criminosa é responsável por massacre em presídios de Manaus (AM) que resultou na morte de 55 pessoas em apenas dois dias
atualizado
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A Força Área Brasileira (FAB) irá colaborar com o deslocamento das tropas da Força-Tarefa de Intervenção Penitenciária (FTIP) a Manaus. Nessa segunda-feira (27/05/2019), o Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou que nove líderes da facção criminosa Família do Norte (FDN) serão transferidos para presídios federais de segurança máxima.
O bando é acusado de participar de chacina que deixou 55 mortos em menos de 24 horas. Os crimes ocorreram em presídios de Manaus. No domingo (26/05/2019), a rebelião envolvendo presos do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), durante horário de visita, resultou na morte de 15 presidiários. Um dia depois, agentes penitenciários encontraram 40 presos mortos.
De acordo com o secretário-executivo do Ministério da Justiça, Luiz Pontel de Souza, a pasta deve enviar, até o final do dia, os agentes do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) aos presídios de Manaus. “Evidentemente há uma preocupação do Ministério da Justiça e Segurança Pública, e estamos em contato com as Forças Aéreas para disponibilizar aeronaves”, conta.
O secretário-executivo afirma que já uma equipe percursora do Depen já foi mandada à Manaus. Ela vai atuar preventivamente e preparar as ações, até que novos reforços cheguem ao local.
A facção
Sobre o que pode ter motivado a chacina nos presídios de Manaus, Luiz Pontel se limitou a dizer que o ministério da Justiça está investigando. “Está sob análise toda a situação do Amazonas”, pontuou. De acordo com reportagem do Estadão, as execuções ocorreram em meio a uma disputa entre os líderes da facção José Roberto Barbosa, o Zé Roberto da Compensa, e João Pinto Carioca, o João Branco, pelo comando do grupo.
Os nove líderes serão transferidos para presídios federais. A pasta também não divulgou quais os detentos e para onde eles vão. No entanto, o Brasil possui cinco penitenciárias federais: Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e Brasília (DF). Sobre o risco que a movimentação pode causar, Luiz Pontel afirmou que a pasta não tem a informação até o momento.
Massacre
Até o momento, 55 mortes foram confirmadas em apenas dois dias. De acordo com a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), foram constatadas mortes no Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), Centro de Detenção Provisória Masculino (CDPM 1), Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP).
Segundo o secretário de Administração Penitenciária do Amazonas, Marcus Vinicius de Alemida, os presos foram mortos com escovas de dente e asfixiados com golpes de “mata-leão”. Ele afirmou que as escovas foram raspadas até ficarem pontiagudas.