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Transcrições de ligações de Lula com Dilma, Eduardo Paes, Rui Falcão, Jaques Wagner, Nelson Barbosa e Sigmaringa Seixas

Áudios também registraram Wadih Damous, deputado federal PT-RJ, e Paulo Vannuchi, diretor do Instituto Lula

atualizado

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lula bravo
1 de 1 lula bravo - Foto: Divulgação

Confira a transcrição de áudios de conversas do presidente Lula.

Lula e Dilma Rousseff

Lula: Alô

Dilma: Oi, Lula

Lula: Tudo bem?

Dilma: Não, tô não. Tô achando tudo bem não

Lula: Mas faz parte, querida. Faz parte, ô Dilma.

Dilma: Ah, faz parte?

Lula: Faz parte.

Dilma: Então tá bom. E como é que cê tá?

Lula: Tô bem

Dilma: Tá?

Lula: Tô bem, falei com a Marisa agora, eles já foram embora de casa, já foram embora da casa do Fábio, já foram embora da casa do Sandro, só não consegui falar com o Marcos.As perguntas… Se os canalhas tivessem mandado um ofício, eu teria ido prestar depoimento, como já fui três vezes a Brasília prestar depoimento. Eu acho que o Moro quis fazer um espetáculo antes da decisão antes daquele negócio que tá no Supremo pra decidir. A gente nem sabe se é contra ou a favor, mas ele precisava fazer um espetáculo de pirotecnia. As perguntas foram as mesmas que eu já respondi ao Ministério Público e a dois delegados da Polícia Federal. Eles levaram os mesmos documentos que já tinham levado quando fizeram a invasão na casa do meu filho. O único lugar que (inaudível) um pouco foi a casa do Paulo Okamotto, eu não conversei com o Paulo. Foram na casa da Clara Ant, sabe? A Clara estava dormindo sozinha quando entraram cinco homens lá dentro, ela pensou que era um presente de Deus e era a Polícia Federal…

Dilma: (risadas ao fundo)

Lula: Sabe? Então..

Dilma: Ela pensou que era um presente de Deus… (risadas)

Lula: Então é isso, o Dilma. Eu acho que foi um espetáculo de pirotecnia. A tese deles é de que tudo o que está acontecendo foi uma quadrilha montada em 2003 e que portanto ela perdura até hoje, e dentro do palácio. É a tese deles. Eles não precisam de explicação. Como a teoria do domínio do fato não precisava de explicação, o crime estava aberto, agora é o seguinte: a imprensa diz que é criminoso e eles colocam em prática. Eu estou dizendo o seguinte: Dilma, não tem mais trégua, não tem que ficar acreditando na luta jurídica. Nós temos que aproveitar a nossa militância e ir para as ruas. Eu, sinceramente, que estou querendo me aposentar, eu vou antecipar minha campanha para 2018. Eu vou acertar de viajar esse país a partir da semana que vem sabe, e quero ver o que vai acontecer. Lamentavelmente vai ser isso. Eu não vou ficar em casa parado.

Dilma: O senhor não acha estranho aquela história de quinta-feira? A IstoÉ antecipar…

Lula: Eu acho estranho a liberação da declaração do Delcídio. A IstoÉ antecipar…

Dilma: E na sexta-feira o senhor ser chamado…

Lula: É o espetáculo de pirotecnia sem precedentes, querida. É o seguinte, eles estão convencidos que com a imprensa chefiando qualquer processo investigatório eles conseguem fundar a República.

Dilma: É isso aí.

Lula: Nós temos uma Suprema Corte totalmente acovardada. Nós temos um Superior Tribunal de Justiça totalmente acovardado. Um parlamento totalmente acovardado… Somente nos últimos tempos é que o PT e o PCdoB começaram a acordar e começaram a brigar… Nós temos um presidente da Câmara fodido, um presidente do Senado fodido, não sei quantos parlamentares ameaçados, sabe? E fica todo mundo no compasso de que vai acontecer um milagre e vai todo mundo se salvar.

Dilma: É

Lula: Eu, sinceramente, estou assustado é com a República de Curitiba. É porque a partir de um juiz de primeira instância tudo pode acontecer nesse país. Tudo pode acontecer.

Dilma: Então era tudo igual o que sempre foi, é?

Lula: Era a mesma coisa, a mesma coisa. Hoje eles fizeram uma coisa coletiva porque foram na casa do Paulo Okamotto em Atibaia. Eu nem falei com o Paulo ainda. Foram na casa da Clara… Eu tô pensando em pegar todo o acervo, levar e jogar na frente do Ministério Público. Eles que enfiem no cu e tomem conta disso.

Dilma: O acervo de quê?

Lula: O Dilma, é 11 contêineres de tranqueira que eu ganhei quando estava na Presidência.

Dilma: Ah, dá pra eles. Eu vou fazer a mesma coisa com os meus, viu?

Lula: Então é o seguinte… Nós precisaríamos conversar pessoalmente porque eu acho que precisamos mudar alguma coisa nesse país.

Dilma: Quando é que você vai…

Lula: Ontem eu disse o seguinte: a única pessoa… Como é que pode um delegado da Polícia Federal dar uma declaração contra mudança de ministro?

Dilma: Eu nunca vi isso.

Lula: Como é que pode? Eu disse pra eles: olha, a única pessoa que tá precisando de autonomia nesse país é a Dilma, que foi a única eleita e que não consegue governar por causa do Congresso, não consegue governar por causa do Tribunal de Contas, não consegue governar por causa do Ministério Público, porra. Quem tá precisando de autonomia é a presidente da República, o resto tudo tem.

Dilma: E quando é que a gente pode conversar?

Lula: Querida, eu tô… O nosso companheiro tinha visto a possibilidade de você convocar uma conversa quando você quiser, meu amor. Só não pode ser amanhã, porque tá muito em cima.

Dilma: Segunda?

Lula: Depois eu acerto com você. Pra mim pode ser.

Dilma: Ele (Jaques Wagner) quer falar contigo. Pera lá.

Jaques Wagner: E aí, excelência?

Lula: Tudo bem, querido?

Jaques Wagner: Tudo bem. Suportou a encheção de saco?

Lula: Não houve tortura, vocês que sofreram mais do que eu, porra. Mas foram as mesmas perguntas de sempre, Wagner, a mesma coisa de sempre.

Jaques Wagner: Só pra fazer a cena.

Lula: Acho até importante você falar com a Dilma. Eu acho que eles quiseram antecipar o pedido nosso que tá na Suprema Corte, que tá na mão da Rosa Weber. Eles estão tentando antecipar. Como eles ficaram com medo que a Rosa fosse dar, eles estão tentando antecipar tudo isso. Porque ela poderia tirar isso do Lava Jato. Então o Moro fez um espetáculo pra comprometer a Suprema Corte.

Jaques Wagner: Acho que não é só isso não. Acho que tão querendo criar clima — agora só falam de renúncia — pro dia 13. Então batem em você… Eu disse ontem, quando saiu a matéria da IstoÉ: amanhã eles vão fazer alguma putaria com o Lula. Terça-feira o filha da puta da OAB vai botar aqui dizendo que o Conselho da OAB acha que nesse caso… É uma palhaçada, porque o Delcídio, porra, que eu não imaginei que era tão canalha, porque porra… Ele fala de Pasadena, por exemplo… Essa porra já foi arquivada pela PGR… Fala que você mandou isso, mandou aquilo… Porra, ele tem prova? Vá tomar no cu. Eu não sabia que ele fosse tão escroto. Mas vamos lá…

Lula: Mas viu, querido? Então ela tá falando dessa reunião… Ô Wagner, eu queria que você visse agora, falar com ela, já que ela tá aí, falar o negócio da Rosa Weber.

Jaques Wagner: Tá bom.

Lula: Porque tá na mão dela pra decidir

Jaques Wagner: Falou.

Lula: Se homem não tem saco, quem sabe uma mulher corajosa possa fazer o que os homens não fizeram.

Jaques Wagner: Tá bom, querido, um abraço, dá um abraço na Marisa e nos meninos.

Lula: Tá bom.

Jaques Wagner: Valeu.

Lula: Tchau, querido.

Confira outra transcrição:

Moraes: Moraes!

Maria Alice: Moraes, boa tarde, é Maria Alice, aqui do gabinete da presidenta Dilma.

Moraes: Boa tarde…ô, senhora Maria, pois não!

Maria Alice: Ela quer falar com o presidente Lula.

Moraes: Eu tô levando o telefone pra ele então. Só um minuto, vou ver e te passo, tá? Por favor.

Maria Alice: Muito obrigada.

Moraes: Tá bom, de nada.

(pequeno intervalo)

Moraes: Só um minuto, senhora Maria Alice.

Maria Alice: Tá “ok”.

Lula: Alô!

Maria Alice: Alô, só um momento presidente.

(música de ramal)

Dilma: Alô.

Lula: Alô.

Dilma: Lula, deixa eu te falar uma coisa.

Lula: Fala querida.

Dilma: Seguinte, eu tô mandando o “Bessias” junto com o papel pra gente ter ele, e só usa em caso de necessidade, que é o termo de posse, tá?!

Lula: “Uhum”. Tá bom, tá bom.

Dilma: Só isso, você espera aí que ele tá indo aí.

Lula: Tá bom, eu tô aqui, eu fico aguardando.

Dilma: Tá?!

Lula: Tá bom.

Dilma: Tchau.

Lula: Tchau, querida.

Lula e Jaques Wagner (chefe de gabinete da Presidência)

Lula: Mas viu querido, “ela” tá falando dessa reunião, ô Wagner eu queria que você visse agora, falar com “ela”, já que “ela” tá aí, falar o negócio da Rosa Weber, que tá na mão dela pra decidir. Se homem não tem saco, quem sabe uma mulher corajosa possa fazer o que os homens não fizeram.

Jaques Wagner: Tá bom, falou! Combinado, valeu querido, um abraço. Um abraço na Marisa e nos meninos…

Lula: Tá bom, tchau, querido.

Jaques Wagner: Tchau.

Lula: Alô!

Jaques Wagner: Diga Excelência, tudo bem?

Lula: Você viu que eu já tirei você da Casa Civil, né porra?!

Jaques Wagner: Beleza! Eu vou ser segundo lá na Casa Civil, não tem nenhum problema. Com
maior prazer. (risadas)

Lula: Querido…é…o seguinte: Eu tô pensando em ir pra Brasília amanhã. Ela ta aí em Brasília?

Jaques Wagner: Certo. Chegando que horas? Claro!

Jaques Wagner: Falou! E voce, amadurecendo sua cabeça?

Lula: Tá amadurecendo, quase caindo de podre.

Jaques Wagner: (risadas)

Lula: Não, eu tenho recebido muito pedido pra “mim” aceitar, sabe?! Muito, muito, muito! Os SEM TERRA agora tavam reunido e ligaram (interrompido)

Jaques Wagner: Meu cargo está a sua disposição, viu?!

Lula: Tá bom.

Jaques Wagner: Eu posso até ser seu carregador de documento.

Lula: Eu serei, eu serei seu ajudante.

Jaques Wagner: Eu vou ser seu “AJO”

Lula: Eu serei seu adjunto. (risadas)

Jaques Wagner: Tá bom.

Lula: Abraço, querido.

Jaques Wagner: Falou! Abraço, tchau.

 

Lula e Rui Falcão (presidente do PT)

Lula: É, eu tô esperando segunda-feira. Eu tô esperando segunda-feira a Operação de busca e apreensão na minha casa, do meu filho Marcos, do meu filho Fábio, do meu filho Sandro, do meu filho Cláudo.

Rui Falcão: É, eu vi esse noticiário aqui.

Lula: Na casa do Paulo Okamoto. Eu vou pensar amanhã se eu convoco alguns eputados…

Falcão: Sei.

Lula: Pra surpreendê-los.

Falcão: Tá.

 

Lula e Wadih Damous (deputado federal PT-RJ)

Lula: O senhor sabe, Wadih, que eu tô, eu já marquei com o Quaquá e o Fabiano.

Wadih: Aham.

Lula: Pra eles virem aqui em São Paulo pra gente ter uma conversa.

Wadih: Aham.

Lula: E.. e.. e eu tô botando muita fé de que se a nossa bancada tiver animada ela pode fazer a diferença nesse processo com o Moro, com Lava Jato, com qualquer coisa, sabe?

Wadih: A bancada tá outra bancada.

Lula: Eu acho que eles têm que ter em conta o seguinte, bixo, eles têm que ter medo.

Wadih: Aham.

Lula: Eles têm que ter preocupação. Um filho da p. desses qualquer que fala merda, ele tem que dormir sabendo que no dia seguinte vai ter dez deputados na casa dele enchendo o saco, no escritório dele enchendo o saco, vai ter uma representação no Supremo Tribunal Federal, vai ter qualquer coisa.

Wadih: Aham.

Lula: Vai ter dez discursos na câmara contra ele, vai citar o nome dele, sabe? Se não parar com esse negócio de que eles tão acima do bem e do mal.

Wadih: É isso mesmo.

Lula: Sabe? Se um filho da p. desses qualquer pode pegar [ininteligível] sabe? E achincalhar, porque a gente não pode achincalhar.

Wadih: É verdade.

Lula: Sabe? Que história que é essa?

Wadih: É verdade. A bancada tá com um perfil bem melhor, presidente.

Lula: Sabe? Eu tô muito otimista, bixo.

Wadih: Não, eu também.

Lula: Eu tô convencido que a bancada poderá ser a redenção do PT, viu?

Wadih: Aham.

Lula: Sabe?

Wadih: E nesse sentido pode contar comigo.

 

Lula e Nelson Barbosa (Ministro da Fazenda)

Lula: Ô, Nelson, te falar uma coisa por telefone, isso daqui. O importante é que a Policia Federal esteja gravando. É preciso acompanhar o que a Receita tá fazendo junto com a Policia Federal, bicho!

Nelson Barbosa: Não, é… (gagueja) Eles fazem parte.

Lula: É, mas você precisa se inteirar do que eles estão fazendo no Instituto. Se eles fizessem isso com meia dúzia de grandes empresas, resolvia o problema de arrecadação do Estado.

Nelson Barbosa: “Uhumm”, sei.

Lula: Sabe? Eu acho que eles estão sendo filho da puta demais.

Nelson Barbosa: tá.

Lula: Tão procurando pelo em ovo. Eu acho… eu vou pedir pro Paulo Okamoto botar tudo no papel, porque era preciso você chamar o responsável e falar “que porra que é essa?” “Vocês estão fazendo o mesmo com a Globo, com Instituto Fernando Henrique Cardoso, o mesmo com Gerdau, o mesmo com o SBT, o mesmo com a Record?! Ou só com o Lula, caralho?! Vai tomar no c*.

Nelson Barbosa: Tá, pede pro Paulo colocar.

Lula: Eu vou pedir pro Paulo colocar e te entregar, porque, veja, não tem problema que investigue não.

Nelson Barbosa: Mas tem que ser igual, né?

Lula: Não é possível. Você veja, tem uma investigação contra a Veja, quando a Bandeirantes acusou a Veja de fazer acordo com aquela empresa africana, essa porra dessa investigação tá parada na Receita desde 2008.

Nelson Barbosa: “Uhumm”

Lula: Algum filho da puta sentou em cima.

Nelson Barbosa: Não, eu sei… essa coisa da velocidade já tinha chegado pra mim e eu pedi pra eles apurarem porque que tem velocidades diferentes.

 

Lula e Sigmaringa Seixas (advogado, ex-presidente da OAB e ex-deputado federal pelo DF)

Lula: Eu não sei o quê que eu pedi pra você de manhã. Mas era uma coisa simples que não precisava de formalidade.

Sigmaringa Seixas: Não. Mas simples. Ele vai dizer não. Ele não vai receber. Eu conversei com gente só.

Lula: É porque ele recusou quatro pedidos de investigação ao Aécio e aceitou a primeira de um bandido do Acre contra mim.

Sigmaringa Seixas: Pois é, mas se fizer uma petição…

Lula: Essa é a gratidão. Essa é a gratidão dele por ele ser procurador.

Sigmaringa Seixas: Pois é. Mas ele se tiver… Se a gente formalizar, inclusive, jogando pra imprensa, ele vai ficar constrangido. Se for lá conversar com ele, ele diz não e pronto. Ou não diz, né?

Lula: Então conversa com o Cristiano.

 

Lula e Paulo Vannuchi (diretor do Instituto Lula)

Lula: Tá bom querido. Você sabe qual é a ação nossa, quem é que vai… a São Paulo?!

Paulo Vannuchi: Sei, sei, sei.

Lula: E aquele filho da puta do procurador antes de dar a notícia da intimação, na quinta-feira, para o advogado, deu pra GloboNews. É um filho da p*** mesmo!

Paulo Vannuchi: Ativista político. Coxinha.

Lula: O problema é o seguinte, Paulinho, nós temos que comprar essa briga, eu sei que é difícil, sabe?! Eu as vezes fico pensando até que o Aragão deveria cumprir um papel de homem naquela porra, porque o Aragão parece nosso amigo, parece, parece, mas tá sempre dizendo “olha…”.

 

Lula e Eduardo Paes (prefeito do Rio de Janeiro)

Eduardo Paes: (Ininteligível) … meu carinho aí, “tamo junto”. Minha solidariedade, vamos em frente
nessa história. Agora, da próxima vez o senhor me para com essa vida de pobre, com essa tua alma de pobre comprando “esses barco de merda”, “sitiozinho vagabundo”, puta que me pariu!

Lula: (Risadas)

Eduardo Paes: O senhor é uma alma de pobre. Eu, todo mundo que fala aqui no meio, eu falo o
seguinte: imagina se fosse aqui no Rio esse sítio dele, não é em Petrópolis, não é em Itaipava. É como se fosse em Maricá. É uma merda de lugar porra!

Lula: (Risos)

Eduardo Paes: Esse barquinho dele é em São Pedro da Aldeia, Araruama. Não é em Búzios nem
Angra porra!

Lula: (risos) Puta que o pariu!

Eduardo Paes: É um cafona. O senhor não perdeu essa sua alma de pobre. Isso que é a maior
desgraça que eu tô vendo nesse processo todo porra. (risos)

Lula: É isso. É isso. Mas eu já sabia disso. Tá bom, querido. Obrigado, Eduardo.

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