Trans é barrada em academia e denuncia preconceito: “Foi revoltante”
Mulher de 30 anos procurou a polícia depois de ser impedida de se matricular no estabelecimento, que justificou ter padrão só para mulheres
atualizado
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Goiânia – A mulher trans Jhenyfer Marine, de 30 anos, denunciou à polícia que foi vítima de preconceito, porque foi impedida de se matricular em uma academia devido à sua identidade de gênero. O caso aconteceu esta semana em Anápolis, a 55 km da capital de Goiás.
Jhenyfer contou ao Metrópoles que malhava em uma academia unissex, mas decidiu mudar para uma feminina em seu bairro, que atendia melhor seu horário livre.
Ao combinar a matrícula, Jhenyfer perguntou, na sexta-feira (16/9), se as outras frequentadoras da academia teriam receio por ela ser mulher trans.
Em resposta na segunda (19/9), a atendente da academia escreveu por WhatsApp que não era receio, mas “devido ao padrão da academia ser só para mulheres”. A matrícula foi negada.
“Isso foi revoltante porque eu me considero mulher. A Justiça me considera mulher! Até tenho documentos no feminino!”, desabafou Jhenyfer.
Denúncia
Após ser barrada na academia, ela procurou uma delegacia e fez um boletim de ocorrência por preconceito, a partir da lei de discriminação por raça, mas na modalidade transfobia.
“Outras pessoas também podem estar passando por isso em outros lugares. Eu fiz isso não para aparecer, mas para a gente não se calar, porque a gente não é bicho para ficar se escondendo. A gente tem voz e paga impostos. A gente tem o direito da gente”, defendeu.
A reportagem entrou em contato com a academia Espaço Fernanda Fitness, mas não obteve resposta até a última atualização desta matéria. O espaço segue aberto para manifestações.