Trafigura se declara culpada por pagamento de propina à Petrobras
Trader de commodities concordou em pagar US$ 126,9 milhões em multa e confisco em acordo com Justiça dos Estados Unidos
atualizado
Compartilhar notícia
A Trafigura, empresa suíça de comércio de commodities, se declarou culpada no Tribunal Federal de Miami, nos Estados Unidos, pelo pagamento de propina a autoridades do Brasil para realizar negócios com a Petrobras.
A empresa era acusada de conspiração para violar as disposições anti suborno na Lei de Práticas de Corrupção no Exterior. A Trafigura concordou em pagar US$ 126,9 milhões em multa.
Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Trafigura subornou funcionários da Petrobras, entre 2003 e 2014, para manter negócios com a petroleira. O nome das autoridades brasileiras não foram divulgados.
Durante reunião em Miami, representantes da empresa e da estatal brasileira concordaram em pagar até UU$ 0,20 por barril de petróleo comprado ou vendido à Petrobrás pela Trafigura. A companhia suíça canalizou os pagamentos por meio de empresas de fachada e direcionou os valores por conta bancárias offshore de terceiros para oferecer subornos a autoridades do Brasil.
Ainda de acordo com o Departamento de Justiça, a Trafigura teria obtido lucro de US$ 61 milhões com o esquema de suborno.
O órgão norte-americano informou que a empresa suíça, desde então, realizou uma série de medidas corretivas, como melhorar o processo de monitoramento e de controles, com o intuito de implementar políticas contra corrupção.
O esquema também foi alvo da Operação Lava Jato. O nome da companhia apareceu ao lado de outras empresas do ramo, como Vitol e Glencore, que eram investigadas por pagamento de propina a funcionários da Petrobras.
Moro condena empresário a 10 anos e 4 meses por propina de US$ 868 mil
A Trafigura anunciou, por meio de um comunicado compartilhado na quinta-feira (28/3), que o Departamento de Justiça concedeu créditos à empresa pela colaboração com a apuração e por ter demonstrado “reconhecimento e aceitação da responsabilidade”.
O presidente da Trafigura, Jeremy Weir, destacou que os eventos do passado “não refletem os valores” da empresa.
O Metrópoles procurou a Petrobras, mas não obteve retorno. O espaço segue aberto.