Traficantes presos no RS ostentavam carros de luxo, mansões e avião
Suspeitos foram presos na última semana, durante a maior operação policial já realizada no estado
atualizado
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Suspeitos de integrar facção criminosa no Rio Grande do Sul foram alvo, na última semana, da maior operação policial já realizada no estado. Para o cumprimento dos mandados, 1,3 mil agentes em 38 cidades de quatro estados foram mobilizados.
Os suspeitos de organização criminosa, tráfico de drogas, dentre outros crimes, ostentavam carros de luxo, mansões, festas e um avião que transportava drogas. As informações foram reveladas no Fantástico, da TV Globo, desse domingo (24/4).
A operação na última terça-feira (19/4) apreendeu mais de R$ 50 milhões em dinheiro e bens. Prendeu ainda 58 suspeitos no Rio Grande do Sul e no Paraná. O grupo é especializado em lavagem de dinheiro com ligações com traficantes da Bolívia e Paraguai.
A polícia prendeu provisoriamente Maurício de Souza Konzen, um dos líderes da organização criminosa, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Também na cidade, os policiais fizeram batidas em casas de luxo. Encontraram itens como bebidas em fartura, relógios, itens de ouro e pistolas.
Em um dos imóveis, Larissa Pascoal da Silva foi presa. No apartamento em que ela estava, os policiais encontraram um urso de pelúcia com mais de R$ 40 mil dentro da costura. A defesa da suspeita diz que não teve acesso ao processo e que só se manifestará nos autos.
Em vídeos, ela aparece dirigindo carros com o companheiro, Thiago Silva Cruz, outro líder da quadrilha, preso antes da operação. Sobre ele, a Defensoria Pública, que o defende, também disse que só se manifestará no processo.
Aviões, poder, tráfico e armas
Segundo a Polícia Civil, a facção tinha acesso a aeronaves para contrabandear drogas para o Rio Grande do Sul. Esses aviões sobrevoavam rotineiramente locais públicos, como a penitenciária em que Thiago estava.
Os policiais apontam que o grupo estava organizado em departamentos nas suas operações, dentre eles, o tráfico de cocaína era o principal.
A operação policial tem provas de que a quadrilha estaria em contato inclusive com traficantes bolivianos ligados ao cartel mexicano de Sinaloa. Esse cartel usava submarinos para enviar drogas para o México e Estados Unidos.
O dinheiro da venda das drogas financiaria a compra de armamento que poderia ser usado pela organização criminosa ou alugado para assaltos e roubos de terceiros. O delegado Gabriel Borges descreve que as armas são de calibre grosso e de uso restrito, muitas de uso apenas pelas Forças Armadas.
A fim de lavar o dinheiro criminoso, segundo a polícia, o grupo investia em pedras preciosas. Além de tudo, a facção operava um esquema de falsificação de documentos e adulteração de carros roubados para vendê-los em concessionárias.