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Traficantes impedem vacinação contra sarampo em Manaus

Equipe da Prefeitura foi impedida de trabalhar na região de maior ocorrência da doença na capital do Amazonas

atualizado

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Matheus Oliveira/ Agência Saúde
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1 de 1 vacinação h1n1 - Foto: Matheus Oliveira/ Agência Saúde

Uma equipe de saúde da Prefeitura de Manaus, responsável pela vacinação contra o sarampo, foi impedida por traficantes do bairro Jorge Teixeira, na zona leste da cidade, de continuar as atividades na noite desta quarta-feira (18/7). A região da ocorrência tem a maior incidência da doença na capital amazonense e recebia ação de casa em casa.

Segundo a prefeitura, o caso ocorreu por volta das 19h, enquanto uma equipe de TV registrava o atendimento no bairro, encerrado uma hora mais cedo em função do fechamento das ruas atribuído a traficantes locais. Em nota, o prefeito Arthur Virgílio (PSDB) pediu apoio do governador do Amazonas, Amazonino Mendes (PDT), e prometeu ir pessoalmente ao local nesta quinta-feira (19/7) para continuidade das ações.

“Eu faço um apelo muito encarecido ao governador do estado, que entre com força policial, porque nós não podemos deixar que o Amazonas vire propriedade de traficantes. O Amazonas é propriedade dos amazonenses. E portanto, eu estarei com as equipes da Saúde na rua a partir de amanhã”, disse o prefeito nesta quarta-feira, em nota.

A Secretaria de Segurança do estado determinou a investigação dos casos pela Polícia Civil e informou que tem intensificado operações policiais no bairro do Jorge Teixeira nos últimos meses, com base em levantamentos do setor de inteligência.

Casos
O Brasil tem 677 casos confirmados de sarampo. Os dados sobre a doença foram atualizados nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde. Segundo a pasta, o país enfrenta dois surtos de sarampo: um em Roraima e outro no Amazonas.

O estado do Amazonas tem 444 casos de sarampo confirmados. Em Roraima, são 216. Há confirmações ainda nos Estados de Rondônia (1), Rio de Janeiro (7), São Paulo (1) e Rio Grande do Sul (8). O país tem outros 2.724 casos em investigação.

Segundo o Ministério da Saúde, os surtos no Brasil estão relacionados à importação da doença – o genótipo do vírus é o mesmo que circula na Venezuela.

Em 2017, casos de sarampo em venezuelanos que viajaram a Roraima foram confirmados, causando um surto da doença no estado. Houve, então, a ampliação de registros para Manaus durante este ano.

O Ministério Saúde informou que mantém equipes técnicas para acompanhar as ações de enfrentamento da doença no Amazonas e em Roraima. “A pasta tem qualificado profissionais de saúde com o objetivo de possibilitar a identificação de sinais e sintomas, além da adoção de outras ações de vigilância epidemiológica.”

Em São Paulo, um caso da doença foi confirmado em abril em Ribeirão Preto, no interior paulista. Trata-se de uma profissional de saúde que viajou ao Líbano. O registro foi considerado um caso importado da doença. Foram feitas ações de monitoramento da doença na região, mas não foi identificada transmissão do vírus e a paciente se recuperou.

Prevenção
O sarampo é uma doença altamente contagiosa cuja principal forma de prevenção é a vacinação. Apesar da importância da imunização, o país tem cobertura vacinal abaixo da meta definida pelo Ministério da Saúde e preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A cobertura no Brasil foi de 85,21% na primeira dose (tríplice viral) e de 69,95% na segunda dose (tetra viral) em 2017. A meta é de 95%.

A vacina contra sarampo deve ser tomada em duas doses: uma aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses (tetra viral). Crianças de 5 a 9 anos de idade que não foram vacinadas anteriormente devem tomar duas doses da vacina tríplice com intervalo de 30 dias entre as doses. Entre 6 e 31 de agosto uma campanha de vacinação será realizada no País. O público-alvo são crianças de 1 ano a menores de 5 anos.

Vacinação no mundo
O mundo registrou no ano passado um recorde de crianças vacinadas – 123 milhões, de acordo com dados divulgados na terça-feira, 17, pelo Unicef e pela OMS – uma alta que ocorre tanto por aumento da população quanto de cobertura vacinal.

O Brasil, porém, caminha na contramão desse movimento, com queda na porcentagem de crianças vacinadas nos últimos três anos.

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