Trabalho escravo: pessoas resgatadas em Goiás dormiam até no curral
Trabalhadores eram mantidos em alojamentos precários, com colchões até no curral, e atuavam sem os equipamentos de segurança necessários
atualizado
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Goiânia – O Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou 12 pessoas mantidas em situação análoga à escravidão em uma fazenda localizada em Trindade (GO), na região metropolitana da capital goiana.
Os trabalhadores foram submetidos a condições precárias de alojamento e de segurança. Eles trabalhavam no corte e transporte de eucaliptos, sem os devidos equipamentos de proteção e passavam a noite em colchões improvisados.
Uma das pessoas relatou aos auditores que chegou a dormir no curral da propriedade. Outros eram mantidos em cômodos pequenos, superlotados, com colchões espalhados pelo chão, nitidamente sujos e sem qualquer higiene.
As condições degradantes de meio ambiente de trabalho, segundo o MPT, são aspectos suficientes para caracterizar a situação semelhante à escravidão. Agentes da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) também auxiliaram na operação.
O responsável pela fazenda foi encontrado no local e assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), comprometendo-se em regularizar a situação trabalhista. O fazendeiro havia arrendado a propriedade para produzir eucaliptos.
Ele foi autuado e deverá pagar R$ 113 mil em verbas rescisórias e mais R$ 100 mil em danos morais coletivos.