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Trabalhadores da educação convocam mobilização no país. Veja demandas

A paralisação começa nesta terça-feira (19/3). De acordo com CNTE, municípios e estados têm autonomia para decidir tom da mobilização

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Fabio Teixeira/Anadolu Agency via Getty Images
Imagem colorida de protesto feito por professores em greve por exigir regulamentação do nível de remuneração do ensino nacional para todos os níveis, no Rio de Janeiro, Brasil, em 21 de junho de 2023 - Metrópoles
1 de 1 Imagem colorida de protesto feito por professores em greve por exigir regulamentação do nível de remuneração do ensino nacional para todos os níveis, no Rio de Janeiro, Brasil, em 21 de junho de 2023 - Metrópoles - Foto: Fabio Teixeira/Anadolu Agency via Getty Images

A convocação de entidades sindicais da educação para uma paralisação foi publicada no site da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) na última sexta-feira (15/3). Porém, a mobilização será realizada em todo o país apenas nesta terça-feira (19/3). Ela marca o dia da defesa do piso salarial profissional do magistério, carreira, além da cobrança para revogação do novo Ensino Médio.

Segundo Heleno Araújo, presidente da CNTE, a paralisação tem como objetivo “reivindicar o cumprimento da Lei do Piso do Magistério, o reajuste salarial na carreira para toda a categoria – professores e funcionários da educação – e defender o conteúdo do Projeto de Lei 5.230/2023, enviado pelo Governo Federal ao Congresso Nacional sobre o Ensino Médio”.

Ao Metrópoles, a secretária de finanças do CNTE, Rosilene Corrêa, explicou que cada estado e município possui autonomia para decidir “a medida, o tom e o peso da mobilização”. 

“Hoje a gente não tem detalhamento de como cada estado e cada município irá atuar [na paralisação]. Depende muito da realidade de cada lugar, porque tem alguns que estão em processo de negociação, tem outros que estão em paralisação e outros que estão iniciando greve. Então depende muito da condição de cada um e de como está o processo de negociação com o prefeito ou governador”, disse a presidente.

De acordo com Rosilene, a CNTE é responsável apenas por orientar os sindicatos e profissionais de acordo com a realidade de que fazem parte. “Cada um tem sua realidade, mas sempre há aquilo que é demanda geral. O tamanho da mobilização, o caráter e se será ato, assembleia ou um dia de debate dentro da própria escola, isso depende do perfil de cada cidade”, reiterou. 

O que querem?

Apesar de oficializado no início do mês pelo Ministério da Educação (MEC), o novo Piso Salarial Profissional Nacional do Magistério Público da Educação Básica (PSPN), no valor de R$ 4.580,57, ainda não atende as demandas dos profissionais de educação e é a principal reivindicação da classe. 

Segundo Rosilene Corrêa, isso ocorre porque nem sempre a quantia é respeitada. “O problema é que, o que era para ser o mínimo pago, de fato um ‘piso salarial’, está se tornando teto [o máximo a ser ganho]. O prefeito acha que se ele paga esse mínimo ele está cumprindo com a lei”, explica. “Isso achata a nossa carreira e esse é o nosso grande problema atual. Precisamos de carreiras que tenham uma progressão, uma perspectiva.”

Outro ponto de protesto em relação ao piso salarial é que a quantia estabelecida não protege todos os funcionários. “Hoje a lei do piso é apenas para o magistério e nós temos como pleito ter, também, o piso para quem é funcionário de escola.”

Por fim, a presidente da Confederação afirma que a pasta quer a revogação do novo Ensino Médio, proposto pelo deputado Mendonça Filho (União Brasil), porque em sua opinião, o novo modelo reduz e empobrece o processo de aprendizagem dos estudantes. “É um prejuízo porque eles deixam de receber conteúdos necessários para a formação deles. E é mais ou menos como se dissessem aos nossos estudantes que eles podem frequentar a escola só até o ensino médio e aí aprende a fazer alguma coisa e não precisa sonhar em estar na universidade”, finaliza Rosilene Corrêa. 

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