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Sem café, Economia libera servidores para viagens internacionais

Juntas, as seis viagens chegam a 45 dias de afastamento do trabalho. Maior parcela das despesas será paga pelo governo federal

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
Avião pousando
1 de 1 Avião pousando - Foto: Michael Melo/Metrópoles

No mês de agosto de 2019, o ministério da Economia anunciou uma série de medidas para tentar reduzir os custos. Entre eles, a determinação de que não seriam mais servidos os famosos “cafezinhos” nas reuniões internas e as luzes teriam de ser apagadas mais cedo. Cursos e capacitações, além de viagens externas, também haviam sido cancelados. Ao menos momentaneamente.

Nessa segunda-feira (17/02/2020), porém, o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Junior, autorizou uma série de viagens internacionais para integrantes da equipe econômica. Os deslocamentos começam na próxima semana e se estendem até o fim de março.

O governo federal custeará a maior parcela dos gastos, como passagens, hospedagem, seguro de viagem, alimentação e traslados. Algumas despesas serão pagas, por exemplo, pelo Banco Mundial e até mesmo pelos próprios servidores. Juntos, os seis funcionários ficarão 45 dias afastados do trabalho.

Entre os destinos que os subordinados de Waldery visitarão, estão Washington (EUA), Madri (Espanha), Riyadh (Arábia Saudita), La Antígua (Guatemala), Sydney (Austrália) e Lisboa (Portugal).

As agendas terão compromissos como reuniões, workshops, encontros, cursos e eventos de mercado. O primeiro embarque ocorre na próxima segunda-feira (24/02/2020).

Gustavo Luedemann, técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), irá a uma reunião do Grupo de Avaliação e Aprendizagem dos Fundos de Investimento para o Clima (CIF).

Neste caso, as despesas com passagens aéreas, hospedagem, alimentação e seguro viagem para Washington serão custeadas pelo Banco Mundial.

Outro afastamento autorizado é do coordenador-geral de Estudos Econômicos-Fiscais da Secretaria do Tesouro Nacional, Rafael Cavalcanti de Araújo. Ele irá, entre 28 de fevereiro e 5 de março, a Riyadh, na Arábia Saudita.

Rafael participará do “G-20 Thematic Workshop on Government Finance and Public Sector Debt Statistics”. Todos os gastos serão custeados pelo governo federal.

Servidora paga seguro
A analista da Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Margareth Noda, visitará a Guatemala entre 9 e 15 de março.

Margareth participará do evento “Supervisão e Inspeção de mercados, entidades e outros participantes dos mercados de capitais na Iberoamérica”, em La Antígua.

As despesas com passagens aéreas, hospedagem, alimentação e traslados serão custeadas pelo Instituto Iberoamericano de Mercados de Valores (IIMV) e o seguro-viagem será custeado pela própria servidora.

Outro integrante da CVM irá a Sydney, na Austrália. Bruno Barbosa de Luna, chefe da Assessoria de Análise Econômica e Gestão de Riscos, se ausentará do trabalho entre 20 e 25 de março. O servidor, que terá as despesas pagas pela União, participará da Reunião do Comitê de Riscos Emergentes da Organização Internacional de Valores Mobiliários.

Por fim, Wilsimara Maciel Rocha, coordenadora-Geral de Articulação do Gasto Direto da Subsecretaria de Avaliação de Gasto Direto da Secretaria de Avaliação, Planejamento, Energia e Loteria, irá a Lisboa.

Ela teve o afastamento autorizado entre 7 e 21 de março, com despesas pagas pelo Ministério da Economia, para participar do curso sobre “Crescimento Inclusivo”, realizado no Instituto do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Versão oficial
Metrópoles questionou o Ministério da Economia para saber quanto as viagens custarão aos cofres públicos, se elas ajudam na construção de políticas públicas e se a agenda faz parte do foco do governo para aquecer a economia brasileira. O órgão pediu mais prazo para responder e somente após a publicação desta reportagem se manifestou.

Em nota, a pasta afirmou que a viagem de Rafael Cavalcanti de Araújo custará cerca de R$ 13 mil e que o objetivo do deslocamento é “proferir palestra sobre a experiência brasileira na consolidação de estatísticas fiscais do governo geral (União, estados e municípios) e demonstrar o compromisso do Brasil com a transparência fiscal e com as melhores práticas internacionais no tema”.

Já o servidor Bruno Barbosa de Luna, se afastará do país em duas ocasiões sob custo de R$ 22,2 mil. A Economia afirma que é importante “acompanhar discussões relevantes sob o ponto de vista da comunidade internacional”.

Em janeiro, o Metrópoles mostrou que o governo federal gastou R$ 149,6 milhões em viagens internacionais durante o primeiro ano de mandato do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O índice é 28% menor na comparação com o último ano do ex-presidente presidente Michel Temer (MDB) à frente do Palácio do Planalto, quando o montante chegou a R$ 208,7 milhões, em 2018.

(M)Dadosnúcleo de análise de grande volume de informações do Metrópoles, mapeou as viagens dos ministros de Bolsonaro em 2019, com base em prestações de contas publicadas pelo Portal da Transparência.

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