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Torres “previu” inação da PF com vitória de Lula: “Todos vão se foder”

Durante reunião realizada, em 5 de julho de 2022, o então ministro da Justiça, Anderson Torres, demonstra apreensão sobre a atuação da PF

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Foto colorida de Anderson Torres e Bolsonaro em reunião alvo de operação da PF
1 de 1 Foto colorida de Anderson Torres e Bolsonaro em reunião alvo de operação da PF - Foto: Reprodução

Vídeo de reunião embasou que a Operação Tempus Veritatis, da Polícia Federal, mostra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus ministros em conversa sobre o que eles pensavam a respeito das urnas eletrônicas, eleições e atuação da Polícia Federal, além de apresentar planos de reação, caso Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fosse eleito presidente do Brasil.

Entre as teorias de conspiração levantadas no encontro, realizado em 5 de julho de 2022, o então ministro da Justiça, Anderson Torres, demonstra apreensão sobre a atuação da Polícia Federal, caso o PT assumisse.

“Não sei nem se os que estão participando dessa reunião têm estrutura para ouvir o que será dito aqui. Senhores, todos vão se foder. Quero deixar bem claro isso. Eu quero que cada um pense previamente no que vai fazer. Mas todos vão se foder”, disse o então ministro.

Torres, alvo da operação da PF nessa quinta-feira (8/2), alertou os colegas na reunião e pediu que agissem: “Quero que cada um pense o que vai fazer. Eu tô vendo isso se organizando. Dentro da PF já sei quem vai ser o diretor-geral se o PT ganhar. Não tenho dúvida. É ameaçador”, completou o ministro gesticulando.

Veja vídeo

O vídeo da reunião teve o sigilo derrubado pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após diversas partes da reunião vazarem para veículos de imprensa.

A gravação faz parte das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado e de abolição violenta do Estado Democrático de Direito (PET 12.100).

Ao todo, a PF cumpriu 33 mandados de busca e apreensão, quatro de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas, e suspensão do exercício de funções públicas.

vídeo da reunião estava em um computador apreendido na residência do ex-ajudante de Ordens de Bolsonaro, Mauro Cid. Torres é um dos ministros a falar no encontro.

O ex-ministro também faz ameaças: “Precisamos entender o que vai acontecer no Brasil nos próximos meses. Se não ganharmos a eleição, é o fim do Brasil”, diz aos colegas e ao chefe imediato.

Ainda disse, sem apresentar provas que o governo vigente à época estava “desentranhando a velha relação do PT com o PCC. “A velha relação. Isso aí foi feito ó. Isso está vindo à tona. Não é mentira. A população sabe, mas precisa ser relembrada”, afirmou.

Sobre as urnas, Torres garantiu que uma equipe da PF estava pronta para acompanhar “passo a passo das eleições e  para fazer as perguntas necessárias”.

“É uma luta. Os questionamentos serão feitos, vamos atuar de forma incisiva. A gente deve mostrar nossa preocupação com tudo o que está acontecendo no Brasil e é isso”, ressaltou.

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