Torres contradiz investigação da PF sobre ida à Bahia antes da eleição
Ex-ministro da Justiça e Segurança Pública de Bolsonaro, Anderson Torres afirmou ter ido à Bahia para visitar obra em superintendência da PF
atualizado
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O ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, prestou depoimento nesta terça-feira (8/8) à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a invasão às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.
Durante a audiência, que durou mais de oito horas, Torres foi questionado sobre uma viagem que fez à Bahia às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais, em outubro de 2022. Em 30 de outubro, dia do pleito, diversas operações da Polícia Rodoviária Federal (PRF) foram feitas na região Nordeste, que concentrava a maior quantidade de eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
O ex-secretário afirmou que foi até a Bahia para visitar uma obra na superintendência da Polícia Federal (PF) em Salvador. A PF, porém, conduz uma investigação que contradiz as falas de Anderson Torres.
Conforme revelado pela coluna Guilherme Amado, o inquérito, que corre na Diretoria de Inteligência da PF, está perto de ser concluído, e já tem documentos e testemunhos que comprovariam que Torres decidiu viajar à Bahia naquela semana e com o objetivo de organizar o esquema de policiamento da PRF que tentaria atrapalhar o voto de eleitores de Lula.
Uma das novas provas aponta que Torres dedicou pouquíssimo tempo da viagem à visita da obra da PF no estado.
A investigação ouviu delegados federais presentes na Bahia quando a visita aconteceu. O então ministro da Justiça e Segurança Pública teria expressado preocupação com crimes eleitorais na região e solicitado o reforço da presença nas ruas.