Torcedor símbolo do Atlético Goianiense morre em Goiânia por Covid-19
Gomes Rodrigues, o Gominho, faleceu nesta quarta-feira (17/3). Amigos e familiares fizeram carreata em homenagem, saindo do estádio do clube
atualizado
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Goiânia – O Atlético Goianiense, time da série A do Brasileirão, perdeu esta semana um de seus torcedores símbolos para a Covid-19. Gomes Bonfim Rodrigues, o Gominho, de 62 anos, faleceu na tarde desta quarta-feira (17/3), depois de enfrentar a doença e ser intubado na unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Ruy Azeredo, em Goiânia.
Ele era velho conhecido da torcida e sempre estava presente nos jogos no Estádio Antônio Accioly. Nas redes sociais, o amor ao clube era perceptível nas fotos e na frequência com que ele aparecia com a camisa do time. O Atlético lamentou a morte de Gomes em postagens na internet.
O Dia termina com enorme pesar para todos os atleticanos! Perdemos um grande torcedor, fanático, abnegado e apaixonado pelo Atlético Goianiense. Nossos sentimentos aos amigos e familiares do Gominho. Pra sempre em nossos corações! Pra sempre Campineiro! ⚫❤️🖤 #Luto pic.twitter.com/NDsLtteBiC
— Atlético Clube Goianiense (@ACGOficial) March 18, 2021
Carreata
Na manhã desta quinta-feira (18/3), amigos, familiares e torcedores organizaram uma carreata em homenagem a ele. Os carros saíram do estádio do time, que fica no Setor Campinas, e deram uma volta pelo bairro.
Gomes deixa três filhas e dois netos. Ele é pai das jornalistas Larissa Rodrigues, que já foi repórter do Metrópoles e hoje trabalha na CNN Brasil, e Lorenna Rodrigues, repórter de economia no jornal Estado de São Paulo.
🔴Nunca pensei q os números q leio nos jornais virariam a maior dor da minha vida. Você foi cedo demais, pai, n deu tempo nem da gente comemorar um título do Dragão na Libertadores. De vc eu herdei a voz rouca e a arte de comunicar. Espero q sua alegria tb siga comigo. Te amo pic.twitter.com/oXMbb9oOlv
— Larissa Rodrigues (@rodrigues_la) March 17, 2021
Busca por leito de UTI
A família viveu momentos de tensão, em Goiânia, na busca por tratamento e leito de UTI. Mesmo com plano de saúde, as filhas relataram dificuldade para transferir o pai. A lotação dos leitos não só na capital, mas em todo o estado está próxima dos 100%, com fila de espera já na casa das centenas.
Depois de momentos angustiantes de espera e inclusão dos dados dele no serviço de regulação do município, Gomes foi transferido, enfim, na segunda-feira (15/3). Dois dias depois, não resistiu e morreu.
“É uma angústia enorme quando o médico fala que seu pai precisa ir para a UTI e o plano diz que não há vagas”, escreveu Lorenna Rodrigues em postagem no Twitter.
Meu pai, meu primeiro amor. https://t.co/MrKKNATE65
— Lorenna Rodrigues (@lorennrodrigues) March 18, 2021
10 mil mortes em Goiás
Goiás ultrapassou na noite dessa quinta-feira a marca de 10 mil mortes por Covid-19. Anteriormente, as 9 mil mortes tinham sido registradas no dia 8 de março. Ou seja, em nove dias o estado contabilizou mais 1 mil mortes pela doença, configurando o menor intervalo desde o início da pandemia.
O secretário municipal de saúde de Goiânia, Durval Pedroso, anunciou nessa quinta o resultado da análise de 30 amostras coletadas aleatoriamente de pacientes com covid-19 na capital. De acordo com o sequenciamento genético feito no laboratório da Universidade Federal de Goiás (UFG), 93% deu positivo para a variante de Manaus (AM).
Mais contagiosa e severa, atingindo também os jovens, a predominância dessa cepa preocupa as autoridades da cidade, visto que a ocupação de leitos de UTI segue próxima dos 100% e o índice de isolamento, apesar das medidas e das restrições adotadas, continua na faixa considera ruim, entre 32% e 35%.