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Torá é salva do incêndio do Museu Nacional. Ainda procuram por Luzia

Manuscrito em hebraico bíblico e datado entre 400 e mil anos atrás foi transferido para biblioteca e escapou do fogo

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THIAGO RIBEIRO/AGIF/ESTADAO CONTE⁄DO
Rescaldo do incÍndio que destruiu o acervo do Museu Nacional
1 de 1 Rescaldo do incÍndio que destruiu o acervo do Museu Nacional - Foto: THIAGO RIBEIRO/AGIF/ESTADAO CONTE⁄DO

Em meio à tragédia causada pelo incêndio que devastou o Museu Nacional, há ainda muita coisa para lamentar. No entanto, notícias boas começam, aos poucos, a surgir. Se, por um lado, Luzia, o crânio humano mais antigo da América do Sul, pode ter sido destruída pelo fogo, nesta terça-feira (4/9) houve a confirmação de que uma antiga Torá foi salva. As informações são do Jornal O Globo.

A Torá é um manuscrito em hebraico bíblico e datado entre 400 e mil anos atrás. É considerado raríssimo pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e foi tombado pelo órgão em 1998. É composto de nove rolos em pergaminho e foi adquirido por Dom Pedro II no século 19.

“É uma excelente notícia”, disse Wagner William Martins, diretor administrativo do museu, sobre o documento, que foi salvo do incêndio do Museu Nacional por força das circunstâncias: “Antes de o fogo lamber praticamente todo o acervo da instituição, no último domingo (2), ela havia sido transferida para a biblioteca central do museu, num prédio anexo, que não foi atingido”.

Infelizmente, o mesmo não ocorreu com Luzia. O arqueólogo Walter Neves, recém-aposentado da Universidade de São Paulo, contou ao jornal carioca que estava trabalhando no domingo à noite quando recebeu a notícia de que um incêndio devorava o Museu Nacional.

Um dos cientistas mais respeitados do país e candidato a deputado federal nas eleições deste ano, Neves foi o responsável por descrever e dar notoriedade a Luzia, o crânio humano mais antigo da América do Sul.

Encontrada em uma gruta em Lagoa Santa (MG), Luzia e outros fósseis de seu povo faziam parte do acervo do museu, e podem ter sido consumidos pelo incêndio. Ao saber do ocorrido, Neves teria ficado em choque: “Foi algo trágico, mas era uma tragédia previsível. Há décadas, o museu sobrevivia a pão e água”.

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