Tomás Paiva: desvio de conduta no Exército é “repudiado e corrigido”
No Dia do Soldado, general Paiva, do Exército, diz que militares têm comportamento que “não se coaduna com eventuais desvios de conduta”
atualizado
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Em um momento de desconfiança entre os poderes civil e militar, o comandante do Exército, general Tomás Paiva, incluiu em seu discurso para a cerimônia do Dia do Soldado um compromisso dos fardados com a “missão constitucional”. A solenidade do Dia do Soldado, uma das principais datas militares, acontece no Quartel-General do Exército, em Brasília, nesta sexta-feira (25/8).
“Vocês são os fiéis depositários da confiança dos brasileiros, que só foi obtida pela dedicação extrema ao cumprimento da missão constitucional e pelo absoluto respeito a princípios éticos e valores morais. Esse comportamento coletivo não se coaduna com eventuais desvios de conduta, que são repudiados e corrigidos, a exemplo do que sempre fez Caxias, o forjador do caráter militar brasileiro”, discursou Tomás Paiva, aos soldados e às autoridades presentes.
Compareceram à cerimônia Geraldo Alckmin (PSB), presidente da República em exercício; Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal; Augusto Aras, procurador-geral da República; ministros, como Juscelino Filho, das Comunicações; e parlamentares, como o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), que é da oposição ao governo Lula, mas tem longa história militar antes de entrar para a política.
Alckmin e Moraes também foram agraciados com medalhas. Eles, outros militares e personalidades receberam as medalhas do Pacificador e do Exército Brasileiro.
O vice-presidente representa, na cerimônia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que está em viagem oficial no continente africano.
Crise e blindagem
Com o avanço das investigações sobre ações e omissões que possam ter colaborado para a depredação das sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, militares de alta patente estão na mira da Polícia Federal e da CPMI dos Atos Golpistas.
Diante desse cerco judicial, comandantes militares e políticos do governo Lula e da oposição realizam um esforço para blindar as Forças Armadas enquanto instituição e deixar eventuais culpas para pessoas físicas. Estão em evidência militares como o tenente-coronel da ativa Mauro Cid, que está preso, e seu pai, general da reserva Mauro Cesar Lourena Cid, investigados no caso das joias sauditas presenteadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e vendidas e recompradas nos Estados Unidos.