“Tomara que São Paulo encomende, pague e vacine sua população”, diz Guedes
Ministro da Economia, contudo, se manifestou contrário à obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19
atualizado
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Em meio ao embate entre o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), sobre a Coronavac, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira (29/10) que já mandou “bastante dinheiro para São Paulo” e espera que o estado pague e vacine toda a população paulista.
Ele, contudo, afirmou que a decisão de se vacinar contra a Covid-19 deveria ser “voluntária de cada um”.
“Nós já mandamos bastante dinheiro para São Paulo. Tomara que São Paulo encomende, pague a vacina e vacine sua população. Pede dinheiro para fazer vacina, agora pede dinheiro para eu pagar, para mandar dinheiro para São Paulo de novo. Já mandamos dinheiro de saúde para São Paulo, ele já tomou as providências dele”, declarou Guedes, em audiência na comissão especial do Congresso sobre a Covid-19.
O ministro da Economia, então, se manifestou contrário à obrigatoriedade da vacina contra a Covid-19.
“Eu sou um liberal, acredito que a vacina é uma decisão voluntária de cada um. Se o sujeito prefere ficar trancado em casa seis anos, não trabalhar, não tomar vacina nenhuma, se resolver ficar trancado e não tomar vacina nenhuma, problema dele. Se ele sair e quiser tomar três vacinas, ele toma”, acrescentou.
Entenda
Após o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciar um acordo, Bolsonaro recuou da aquisição de 46 milhões de doses da Coronavac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, por questões ideológicas. A iniciativa gerou trocas de farpas entre o presidente e o governador. Doria disse, no entanto, que quer vacinar a população de São Paulo.
Diante do impasse, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, disse que o Judiciário poderia decidir sobre a vacina. O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por sua vez, disse que o Executivo e Legislativo deveriam encontrar um caminho juntos e não deixar o vácuo para o Supremo decidir.