1 de 1 Mina que rompeu em Brumadinho
- Foto: Bárbara Ferreira/Especial para o Metrópoles
Brumadinho (MG) – Após a descoberta pela Polícia Federal de que a Vale tinha conhecimento sobre falha nos sensores que poderiam ter evitado o rompimento da Barragem I, da Mina do Feijão, em Brumadinho, vítimas, moradores da região e funcionários da companhia clamam ainda mais por justiça e reparação. Além da falha nos equipamentos, um ex-funcionário de uma terceirizada que prestava serviços na mina relata problemas anteriores e confirma que o risco da estrutura era de conhecimento da mineradora.
“Todo mundo sabia que havia problema. No segundo semestre do ano passado houve um vazamento. Canaleta de drenagem na barragem é algo normal, mas vazamento no talude não. Houve um período em que fizeram uma contenção deste vazamento, colocando areia e outros materiais, e tudo isso foi feito com apoio da empresa em que eu trabalhava”, relata o técnico mecânico industrial Atanásio Heitor da Silva, 53 anos.
Ele trabalhou a vida toda com a mineração, sendo 18 deles na Vale ou prestando serviços para a empresa. Atanásio conta que, ainda nos tempos em que a Mina do Córrego do Feijão pertencia à empresa Ferteco, ele chegou a morar na região da mineradora, onde havia uma espécie de vila para funcionários.
Passei a vida toda ali, cheguei a morar lá no pé da barragem, mas nunca achei que algo como esse rompimento fosse acontecer. Ninguém esperava, mas todo mundo sabia que ela precisava de manutenção
Atanásio Heitor da Silva, técnico mecânico industrial que prestava serviço à Vale
Atanásio passou quase todo o ano de 2018 em uma prestadora de serviços dentro da mina em Brumadinho, mesmo após se aposentar de seu ofício. Agora, ele pretende deixar o trabalho: acredita que não vale mais a pena continuar. “Quem andava por lá e conhecia a estrutura, achava que a barragem não oferecia nenhum risco. Mas eu sempre falava para o pessoal: olha, se ela romper vamos todos para o saco”, conclui.
Veja imagens da barragem que colapsou no último dia 25/1:
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Imagem da devastação
Bárbara Ferreira/Especial para o Metrópoles
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Vista aérea da mina
Bárbara Ferreira/Especial para o Metrópoles
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Barragem de Brumadinho se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019
“Não foi acidente” Para quem morava na região ou teve um familiar vítima da tragédia, a responsabilidade pelos danos é clara. No entanto, após a notícia de que a Vale sabia dos riscos e não tomou as providências devidas, angústia, vontade de fazer justiça e de ter algum tipo de reparação ficam mais latentes.
“Existem culpados, não foi um acidente. O que era principal eles não fizeram: colocar um alarme para nós, que estávamos ali embaixo, e cuidar da segurança da barragem. Isso não aconteceu. Depois de saber de tudo isso, eu digo que é totalmente uma responsabilidade da Vale”, desabafa a operadora de máquinas Maria Aparecida dos Santos, de 44 anos.
Ela teve a casa totalmente soterrada pela lama da barragem. “Por todos, o conjunto de pessoas que estavam trabalhando ali, do dia 25 para frente, eu vou lutar com todas as minhas forças para fazer justiça. Isso não foi um acidente”, acusa.
Para Maria Aparecida, as consequências são muito graves e a empresa não teve a responsabilidade de arcar com o erro antes de acontecer o desastre. “As vidas que se foram nunca mais irão voltar, e agora eu espero, pelo menos, que eles [da mineradora] façam as reparações necessárias por tudo isso”, lamenta.
Veja imagens da tragédia em Brumadinho:
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Bombeiros contam com o apoio de cajados para vasculharem a lama tóxica em busca de sobreviventes e corpos
Igo Estrela/Metrópoles
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Bombeiros trabalham na busca das vítimas
CADU ROLIM/FOTOARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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A lama arrastou árvores e tomou conta da região
Igo Estrela/Metrópoles
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Equipe de resgate voluntária tenta salvar uma vaca presa no lamaçal de rejeitos de ferro desde a sexta-feira (25/1), quando a barragem da mineradora Vale se rompeu, devastando e destruindo tudo por onde passou. Pela dificuldade da remoção, o animal teve de ser sacrificado
WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
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Bombeiros fazem busca na área da Pousada Nova Estância, soterrada pela avalanche de lama
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Além de socorristas do município e de todo o estado de Minas Gerais, o Rio de Janeiro e outros estados mandaram reforços. Tragédia mobilizou o país e entidades em todo o mundo, como OIT e OEA
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Israelenses levaram equipamentos para a região e contribuíram no resgate de sobreviventes e dos corpos das vítimas
FDI/Divulgação
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Equipes de resgate tiveram reforço nos últimos dias
ALEX DE JESUS/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
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Peritos trabalham na identificação dos mortos
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Antônio Carlos tentou entrar em Brumadinho (MG), mas foi impedido pela PM
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No domingo (27/1), houve uma ordem de evacuação do município, revogada depois: medo de rompimento de uma outra barragem
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Meio ambiente foi afetado
CADU ROLIM/FOTO ARENA/ESTADÃO CONTEÚDO
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Os bombeiros militares utilizaram helicópteros para auxiliar no resgate
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Helicópteros sobrevoam a área atingida, em busca de vítimas
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Carro foi arrastado pela lama
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Trabalho de resgate é detalhado: quanto mais demora, menores as chances de sobreviventes serem encontrados
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Jair caminha há três dias em busca do irmão
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Corpo é levado para centro de triagem e identificação
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Bombeiros do município e do estado estão concentrados na busca de sobreviventes e no resgate de corpos
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Gado tem sido encontrado nas áreas de buscas. Veterinários tentam dar suporte
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Quando possível, equipes de resgate também salvam animais
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Prioridade é achar sobreviventes, o que fica mais difícil com o passar das horas
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Além de retirar galhos, é preciso serrar latarias de veículos encontrados
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Trabalho de resgate é feito na lama
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Bombeiros trabalham na lama, em busca de sobreviventes e corpos
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Bombeiros retiram grandes pedaços de madeira e serragem para chegar a corpos
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Trabalho na tarde de segunda (28/1) se concentrou em área onde foi encontrado outro ônibus da Vale soterrado
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Bombeiros tentam içar da lama corpos de vítimas em Brumadinho
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Centenas de bombeiros atuam na região
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Central de comando montada pelos bombeiros na Igreja Nossa Senhora das Dores
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Balanço da segunda (28/1) à noite foi de 81 mortos e 271 desaparecidos. Número de resgatados com vida permanece estável desde a noite de sábado (26): são 192
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33 de 105Wilson Junior/Estadão Conteúdo
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Bombeiros em sala de monitoramento montada em Brumadinho: equipes dos governos municipal, estadual e federal integradas no trabalho de resgate
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Segundo bombeiros, demora em resgate diminui chances de encontrar sobreviventes
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Bombeiro trabalha no resgate de corpo em Brumadinho
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Helicóptero sobrevoa área da tragédia: pressa em encontrar sobreviventes
Igo Estrela/Metrópoles
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Peritos tentam identificar corpos resgatados: 19 de 81 mortos tiveram as identidades confirmadas entre sexta (25/1) e segunda-feira (28)
Igo Estrela/Metrópoles
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Corpo é resgatado em Brumadinho
Igo Estrela/Metrópoles
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Corpo é transportado por helicóptero dos bombeiros em Brumadinho
Igo Estrela/Metrópoles
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Policiais civis e peritos trabalham na identificação dos corpos em Brumadinho
Igo Estrela/Metrópoles
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Segundo bombeiros, demora em resgate diminui a chance de encontrar sobreviventes em Brumadinho
Igo Estrela/Metrópoles
43 de 105Divulgação/Corpo de Bombeiros
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45 de 105WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO/Foto Ilustrativa
46 de 105Reprodução/TV Globo
47 de 105Isac Nóbrega/PR
48 de 105Divulgação/Corpo de Bombeiros
49 de 105MOISéS SILVA/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
50 de 105REPDOUÇÃO/CORPO DE BOMBEIROS
51 de 105MOISÉS SILVA/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
53 de 105UARLEN VALéRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
54 de 105UARLEN VALéRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
55 de 105MOISéS SILVA/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
56 de 105FERNANDO MORENO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
57 de 105CHRISTYAM DE LIMA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
58 de 105RODNEY COSTA/ELEVEN/ESTADÃO CONTEÚDO
59 de 105UARLEN VALéRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
60 de 105UARLEN VALÉRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
61 de 105FERNANDO MORENO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
62 de 105MOISéS SILVA/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
63 de 105UARLEN VALéRIO/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
64 de 105Igo Estrela/Metrópoles
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67 de 105Isac Nóbrega/PR
68 de 105MOISéS SILVA/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
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71 de 105Divulgação/Corpo de Bombeiros
72 de 105WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
73 de 105WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
74 de 105WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
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Equipes da Defesa Civil e do Corpo de Bombeiros trabalham no resgate. Peritos do Instituto Médico Legal (IML) atuam na identificação das vítimas: 19 dos 81 mortos foram identificados até segunda-feira (28/1)
MOURÃO PANDA/O FOTOGRÁFICO/ESTADÃO CONTEÚDO
76 de 105Reprodução/TV Globo
77 de 105WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
78 de 105Mirelle Pinheiro/Metrópoles
79 de 105Igo Estrela/Metrópoles
80 de 105Igo Estrela/Metrópoles
81 de 105Material cedido ao Metrópoles
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83 de 105Divulgação/Ministério do Interior de Israel
84 de 105ALEX DE JESUS/O TEMPO/ESTADÃO CONTEÚDO
85 de 105Igo Estrela/Metrópoles
86 de 105FELIPE CORREIA/AGÊNCIA O DIA/ESTADÃO CONTEÚDO
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Rompimento barragem de Brumadinho(2019)
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Desde que a Vale começou a pagar as indenizações, a PCMG identificou 10 estelionatos consumados e três tentativas
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Rompimento da barragem da Mina Córrego do Feijão
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Os rejeitos atingiram a área administrativa da Vale, uma pousada e comunidades que moravam perto da estrutura
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Escavadeira trabalha no lamaçal
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Passados mais de três meses desde a tragédia, os trabalhos das equipes do Corpo de Bombeiros continuam na região
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Equipes do DF também foram para Minas Gerais
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Bombeiros e voluntários em Brumadinho
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O número de vítimas passou de 220
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Helicóptero sobrevoa local da tragédia
Bárbara Ferreira/Especial para o Metrópoles
Reuniões
Na tarde de quarta-feira (6/2), houve uma reunião entre atingidos, a Vale e representantes dos ministérios públicos estadual e federal, bem como da Defensoria Pública do estado e da União. A reunião terminou sem acordo no que diz respeito à adoção de medidas emergenciais e reparadoras aos atingidos.
De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), a mineradora pediu um prazo para avaliar as propostas, e uma nova audiência foi marcada para o dia 14 de fevereiro. A proposta inicial dos atingidos e órgãos públicos previa a assinatura de um termo de ajuste preliminar (TAP) dentro do processo movido pela Advocacia Geral do Estado de Minas Gerais e que resultou no bloqueio de R$ 1 bilhão nas contas da companhia mineradora.
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