TO: governador é alvo da PF por desvio de cestas básicas na pandemia
Investigações revelam esquema em que empresas contratadas para fornecer cestas básicas desviavam recursos públicos destinados à Covid-19
atualizado
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A Polícia Federal cumpre, nesta quarta-feira (21/8), 42 mandados de busca e apreensão em Tocantins como parte da Operação Fames-19, cujo objetivo é investigar crimes relacionados ao desvio de recursos públicos destinados ao combate da Covid-19 que seriam utilizados para o pagamento a empresas contratadas para o fornecimento de cestas básicas.
O Metrópoles apurou que o governador de Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), é alvo de um mandado de busca e apreensão. Agentes federais estão em endereços do mandatário.
Também são alvo da operação a primeira-dama Karynne Sotero e os filhos do governador, o deputado Léo Barbosa (Republicanos) e Rérison Castro.
De acordo com o órgão, os inquéritos indicaram a existência de esquema montado entre 2020 e 2021 que se aproveitou do estado de emergência em saúde pública e assistência social.
O esquema consistia na contratação de grupos de empresas previamente selecionadas para fornecer cestas básicas. Essas firmas recebiam o valor total contratado, mas entregavam apenas parte “do quantitativo acordado”.
A PF cumpre 42 mandados de busca e apreensão em Tocantins “e outras medidas cautelares patrimoniais”, todos expedidos pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
O outro lado
De acordo com o Governo do Estado de Tocantins, o órgão está colaborando com a Polícia Federal “no cumprimento dos mandados de busca e apreensão realizados na manhã desta quarta-feira, 21, referente à Operação Fames-19, que investiga supostos desvios na compra de cestas básicas nos anos de 2020 a 2021” e que “é do interesse do Governo do Estado que tais fatos sejam devidamente esclarecidos”.
O governador Wanderlei Barbosa informou, em nota, que “recebeu com surpresa, porém com tranquilidade, a operação ocorrida nessa manhã de quarta-feira, 21, sobretudo porque na época dos fatos era vice-governador, e não era ordenador de nenhuma despesa relacionada ao programa de cestas básicas no período da pandemia.”
“Como todos já sabem, a única alusão ao meu nome em toda essa investigação foi a participação num grupo de consórcio informal de R$ 5 mil com outras 11 pessoas, no qual uma delas era investigada”, destacou o chefe do Executivo de Tocantins.
Wanderlei destacou, ainda, que “deseja a apuração célere e imparcial dos fatos, pois está confiante na sua inocência e na Justiça, estando sempre à disposição para colaborar com as investigações.”