“Tô encurralado. Ora aí”, disse vítima do Jacarezinho em mensagem
Parentes dos mortos em operação policial mostraram algumas trocas de mensagens por WhatsApp na porta do IML
atualizado
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Familiares de vítimas da operação da Polícia Civil no Jacarezinho, considerada a operação policial mais letal da história do Rio de Janeiro, mostraram os momentos finais de algumas delas por meio de trocas de mensagens pelo WhastApp.
Na porta do Instituto Médico Legal, na região central do Rio, uma parente de John Jefferson Mendes Rufino da Silva, 30 anos, mostrou nessa sexta (7/5) a conversa que ele teve com a irmã Ingrid Hellen. Ele disse que estava encurralado em casa e pediu para a irmã orar por ele. As informações são do G1.
Ela respondeu para ele não sair de jeito nenhum, em texto enviado às 8h15 da manhã de quinta-feira (6/5).
Anderson Araújo, parente de um mortos no tiroteio, também contou história parecida sobre o sobrinho Marlon. O rapaz relatou que ficou encurralado na casa onde vários corpos foram encontrados, ligou para a irmã de Anderson dizendo que estava preso em casa e mandou uma mensagem de voz dizendo para a mãe dele orar por ele.
Operação
No início da noite dessa sexta-feira (7/5), a Polícia Civil do Rio de Janeiro informou que o número de vítimas subiu de 25 para 28. Entre elas, estão 27 moradores do local e um policial. A informação foi confirmada ao Metrópoles por Allan Turnowski, secretário da corporação.
Segundo a polícia, os três “novos óbitos” foram contabilizados apenas nessa sexta porque as pessoas morreram dentro dos hospitais, depois de terem sido socorridas. Os nomes ainda não foram divulgados.
Confusão na liberação de corpos
Alguns parentes de mortos na operação ocorrida em Jacarezinho reclamaram que estão há mais de 12 horas esperando a liberação dos corpos no Instituto Médico Legal (IML) do Rio de Janeiro nessa sexta-feira.
“Estou aqui desde cedo e já ficando muito nervosa”, afirmou uma parente de John Jefferson Mendes Rufino, uma das 28 vítimas da ação na favela, realizada na manhã de quinta-feira.
Após ser pressionada, uma perita do IML explicou aos familiares presentes que o procedimento é lento e deve ser feito em vária etapas.
“Inclui tirar as digitais, porque muitos chegaram sim identificação, escaneamento no corpo para ver se tem projétil, e se tiver tem que tirar. Tudo está sendo acompanhado por um perito do Ministério Público. São muitas etapas”, disse a servidora.