TJ torna réus mais 2 acusados pelo incêndio no Ninho do Urubu, no Rio
A tragédia resultou na morte de 10 garotos da base do Flamengo e aconteceu em 2019. Agora, dez respondem por pelo crime de incêndio culposo
atualizado
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Rio de Janeiro – Os desembargadores da 3ª Câmara Criminal, do Tribunal de Justiça, decidiram que o ex-diretor de base do Flamengo Carlos Noval e o engenheiro Luiz Felipe Pondé também vão responder pelo incêndio no Ninho do Urubu, zona oeste. Dez garotos da base do clube morreram na tragédia, em 2019.
Os magistrados derrubaram a decisão do juiz da 36ª Vara Criminal, Marcos Augusto Ramos Peixoto, que, em maio do ano passado, não aceitou a denúncia do Ministério Público contra Pondé e Noval.
Peixoto alegou que Pondé não dispunha de qualquer ingerência dentro da estrutura de decisões do clube e havia saído do Rubro-Negro em abril de 2018. Já o ex-diretor de base Carlos Noval havia deixado a função em março de 2018, portanto, não poderia ir para o banco dos réus.
Com a nova decisão judicial, dez acusados vão responder pelo crime de incêndio culposo qualificado pelos resultados de morte e lesão grave. Entre eles, está o ex-presidente do Flamengo Eduardo Bandeira de Mello.
Segundo a denúncia, Bandeira optou por não cumprir a disponibilização de um monitor, por turno, para cada dez adolescentes residentes e por não adequar a estrutura física do espaço destinado a eles às diretrizes e parâmetros mínimos. Já o monitor Marcus Vinícius Medeiros foi absolvido da acusação.
Na denúncia, a promotoria aponta negligências do clube, como ocultação das reais condições das construções existentes no local para fins de fiscalização do Corpo de Bombeiros e contratação e instalação de contêiner em discordância com regras técnicas de engenharia e arquitetura para servirem de dormitório de adolescentes.
Além do ex-presidente Bandeira, Noval e Pondé, são réus Márcio Garotti, ex-diretor financeiro do Flamengo; Marcelo Sá, engenheiro do clube; Claudia Pereira Rodrigues, Weslley Gimenes, Danilo da Silva Duarte e Fabio Hilário da Silva, da NHJ (empresa que forneceu os contêineres), e o técnico em refrigeração Edson da Silva.