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TJSP suspende julgamento de PMs envolvidos no massacre do Carandiru

Desembargador do caso pediu mais tempo para analisar pedido de redução de penas dos policiais militares envolvidos no massacre do Carandiru

atualizado

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Mônica Zarattini/Estadão
carandiru
1 de 1 carandiru - Foto: Mônica Zarattini/Estadão

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) suspendeu, nesta terça-feira (22/11), o julgamento sobre o pedido para reduzir as penas dos policiais militares condenados pelo massacre do Carandiru em 1992. Com o pedido de vista (mais tempo para análise) do desembargador Edson Aparecido Brandão, da 4ª Câmara Criminal, não há uma data para retomada da audiência.

O caso envolve 74 policiais militares que foram condenados pela participação em uma ação no Pavilhão 9 do Complexo do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos no presídio de São Paulo, em outubro de 1992.

Os desembargadores Camilo Lellis e o relator Roberto Porto concordaram com o adiamento do julgamento após pedido de vista de Brandão.

A expectativa para esta terça era de que os desembargadores pudessem analisar a dosimetria das penas, cálculo para definir a pena a cumprir, dos policias condenados por júri popular.

Os polícias militares não podem mais ser absolvidos das condenações que variam de 48 a 624 anos. De acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF), as penas são definitivas porque sofreram “trânsito em julgado” e não cabe mais recurso das defesas.

O tribunal de São Paulo garante que o adiamento do julgamento não abre a possibilidade de prescrição do caso.

Relembre o caso

O massacre do Carandiru tomou repercussão internacional após uma briga entre dois detentos do Pavilhão 9, na Casa de Detenção de São Paulo, que se generalizou e se transformou em uma rebelião. Com isso, a PM foi chamada para ajudar a conter os detentos. Quando os policiais não tiveram sucesso nas negociações, entraram no complexo penitenciário com metralhadoras, fuzis e pistolas.

Na época, 7.257 presos viviam no complexo penitenciário e 2.706 deles apenas no Pavilhão 9, onde ficavam os réus primários e aqueles que ainda estavam à espera de julgamento.

A entrada da Polícia Militar na prisão resultou nas mortes de 111 detentos e nenhum agente ferido.

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