TJ mantém prisão de ex-vereador que contratou Lessa, preso por caso Marielle
A audiência foi realizada sábado (31/7). Ex-parlamentar Cristiano Girão teria encomendado a Lessa morte de rival na guerra da milícia
atualizado
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Rio de Janeiro – A juíza Monique Corrêa Brandão dos Santos Moreira determinou a manutenção da prisão do ex-vereador e bombeiro reformado Cristiano Girão, de 49 anos, em audiência de custódia no sábado (31/7).
Ele foi detido acusado de contratar o PM reformado Ronnie Lessa — preso acusado de matar a vereadora Marielle Franco (PSol) e o motorista Anderson Gomes, em 2018 — para matar o rival na disputa pela milícia da Gardênia Azul, zona oeste, em 2014. Na ocasião, a namorada da vítima também morreu.
Girão virou investigado do caso Marielle por causa da aliança com Lessa. A polícia espera que o cumprimento de 14 mandados de busca e apreensão, cumpridos no Rio e em São Paulo sexta-feira (31/7), possam trazer novas informações que ajudem a elucidar outras mortes, como a da vereadora.
Preso em São Paulo, Girão foi transferido para o Rio. Na audiência com a juíza, ele declarou apenas à magistrada que, como comerciante, dispões de renda mensal de R$ 20 mil.
Segundo o Ministério Público, Girão teria encomendado a Lessa morte do rival André Henrique da Silva Souza, o Zóio, pela disputa na cobrança de taxas e alugueis de moradores da Gardênia Azul. Na ação, morreu também a namorada da vítima, Juliana Sales de Oliveira.
Testemunhas revelaram que viram Lessa no local, armado com um fuzil, atirando contra o carro dos mortos que foi atingido 33 vezes. Relatório da Polícia Civil cita que durante sete anos Girão contrataria Lessa para reprimir quem atrapalhasse os negócios oriundos da milícia.
Pelas mortes de Zóio e Juliana, o juiz da 3ª Vara Criminal, Alexandre Abrahão, mandou Girão e Lessa para o banco do réus. O magistrado deu prazo de 10 dias para eles apresentarem defesa. O advogado de Lessa disse que só vai se pronunciar quando tiver acesso ao processo.
O Metrópoles ainda não conseguiu contato com o defensor de Girão, Zoser Hardman. O espaço continua aberto.
Girão foi citado na CPI das Milícias de 2008, comandada pelo então deputado estadual Marcelo Freixo, à época do PSol, e atualmente no PSB. Assessora de Freixo na ocasião, Marielle ouvia as vítimas dos milicianos. Além de Lessa, o ex-PM Élcio Queiroz está preso pelas mortes de Marielle e Anderson.