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“Tive crise de consciência”, diz ex de Jairinho sobre menino Henry

A cabelereira, que se relacionou com o Dr. Jairinho (Solidariedade) por dois anos, acusa o vereador de ter sido violento com a filha dela

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Henry Borel Medeiros
1 de 1 Henry Borel Medeiros - Foto: Reprodução redes sociais

A ex-namorada do vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), contou ao Globo que teve uma “crise de consciência”, antes de ir à delegacia para relatar que ela e a filha foram agredidas pelo parlamentar, há quase uma década. O vereador é testemunha no caso da misteriosa morte de Henry Borel Medeiros, de 4 anos.

“Quando estourou a crise do Henry, me senti deprimida. E comecei a pensar: ‘Será que se eu tivesse feito alguma coisa, isso teria sido evitado?'”, disse a cabeleireira, extremamente emocionada.

A mulher acusa o vereador de ter sido violento com a filha dela quando a menina tinha 4 anos. Eles estão separados há, pelo menos, oito. Em depoimento à 16ª DP (Barra da Tijuca), a ex de Dr. Jairinho diz ter se sentido ameaçada após ele ter ligado para a mãe dela, há alguns dias, depois de anos sem contato.

“Ele era meu príncipe encantado, um cara de fala mansa, inteligente, que conversa sobre tudo, que puxa a cadeira para você sentar, que abre a porta do carro. Nunca, nos meus piores pesadelos, pude imaginar a pessoa que ele mostrou ser depois. Só quem convive sabe do poder de persuasão que ele tem. Ele me fazia de gato e sapato, me cegava”, afirma a ex-companheira.

Agentes da DCAV ouviram, no dia 24 de março, o depoimento da filha da mulher, hoje com 13 anos. Na conversa, que foi filmada e acompanhada por um psicólogo da polícia, a menina relatou diversas agressões que teria sofrido durante o relacionamento da mãe com o político.

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Peritos chegam ao apartamento onde Henry Borel Medeiros morava com mãe e padrasto
Peritos chegam ao apartamento onde Henry Borel Medeiros morava com mãe e padrasto
Peritos chegam ao apartamento onde Henry Borel Medeiros morava com mãe e padrasto
André França, advogado de defesa de Monique e Dr. Jairinho
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André França, advogado de defesa de Monique e Dr. Jairinho

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Entenda o caso

O menino Henry Borel Medeiros morreu no último dia 8 de março, em um hospital da Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Segundo Leniel Borel, ele e o filho passaram, normalmente, o fim de semana. Por volta das 19h do dia 7, o pai o levou de volta para casa, onde o menino morava com a mãe, Monique Medeiros da Costa e Silva de Almeida, e com o vereador e médico Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade).

O pai de Henry relatou que, por volta das 4h30 do dia 8, recebeu uma ligação de Monique falando que estava levando o filho para o hospital, porque o menino apresentava dificuldades para respirar.

Leniel afirma que viu os médicos tentando reanimar o pequeno Henry, sem sucesso. O menino morreu às 5h42, conforme boletim de ocorrência registrado pelo pai da criança.

De acordo com o laudo de exame de necrópsia, a causa da morte do menino foi hemorragia interna e laceração hepática provocada por ação contundente. Para especialistas, ação contundente seria agressão.

Investigações

Como parte da investigação da morte de Henry, agentes da 16ª DP (Barra da Tijuca) fizeram uma espécie de reconstituição do último dia do menino, no domingo, quando estava em companhia do pai. Eles recolheram imagens de câmeras do circuito interno de um shopping, onde o garoto foi a um parquinho, e do condomínio em que Leniel Borel morava.

Os investigadores descrevem o menino chegou aparentemente saudável aos locais. A polícia também ouviu testemunhas em ambos os lugares.

No dia 17 de março, Monique e Dr. Jairinho foram ouvidos, separadamente, por cerca de 12 horas na 16ª DP. De acordo com a polícia, a mãe e o namorado só foram chamados para depor 9 dias depois do crime, porque Monique estaria em estado de choque, sob efeito de medicamentos.

No depoimento, ambos afirmaram que estavam em um quarto vendo série e, quando foram dormir, a mãe encontrou Henry caído no chão, ao lado da cama, com as extremidades frias e com dificuldade para respirar. Monique disse à polícia que acredita que o menino tenha caído da cama antes de morrer.

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