“Tirou minha vida”, diz mãe de goiano espancado e morto em Portugal
Jovem, de 22 anos, era natural de Goiânia (GO) e morreu a pauladas em um restaurante de Portugal. Assassino seria um cozinheiro do local
atualizado
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Goiânia – A mãe de Bruno Ribeiro, 22 anos, que morreu após ser agredido em um restaurante de Carcavelos, em Portugal, disse que não via o filho havia cinco anos. O jovem se envolveu em uma discussão com o cozinheiro do local — a vítima estava acompanhada da namorada e de um amigo.
“Há cinco anos, que não vejo esse menino, que não abraço meu filho. Esse rapaz tirou a minha vida, tirou tudo o que tenho, eu só tinha ele, meu filho foi assassinado. Não temos apoio de ninguém, não consigo nem tirar o passaporte de emergência. Há cinco anos, que só falo com meu filho por vídeo. Meu único filho, está doendo tanto, não tenho mais alegria de viver. Quero que ele [cozinheiro] pague tudo o que ele fez com meu filho, não esperava nunca isso acontecer, agora vou ver meu filho no caixão”, lamentou a mãe de Bruno, Elizete Ribeiro, em entrevista ao Encontro, da TV Globo, nesta terça-feira (5/3).
Agredido a pauladas
De acordo com a mãe de Bruno, o filho, a namorada e o amigo estavam em uma boate quando decidiram seguir para o restaurante, onde o crime ocorreu, após uma discussão com o cozinheiro.
“Eles estavam numa boate, saíram de madrugada, beberam e foram lanchar antes de ir para casa. Ela [namorada] disse que foi muito rápido. Começou a confusão, o rapaz deu (uma) paulada na cabeça do meu filho, ele assassinou meu filho, ele não agrediu com soco, deu paulada. Meu filho caiu, levantou, e ele continuou a agressão até ele ir a óbito. Chegaram várias histórias. Meu filho era do bem, um coração gigante, não tem envolvimento com droga”, contou a mulher.
Agora, Elizete tenta tirar o passaporte de emergência para ir a Portugal. No entanto, segundo ela, não está recebendo apoio das autoridades.
“Passaporte está enrolado, a gente não consegue passaporte de emergência, Portugal não aceita a entrada mais. Só da minha família que estou recebendo apoio, não estou recebendo apoio de Portugal, da embaixada, de nada. A gente não consegue trazer esse menino de lá, queria trazer, mas é muito burocrático, então tenho de ir lá me despedir dele”, afirmou a mãe.
Segundo a madrinha do jovem, Arlete Ribeiro, que também participou da entrevista, inicialmente, chegaram a dizer que Bruno havia tido uma parada cardíaca.
“Recebi a notícia primeiro para passar para a mãe dele. A princípio, nós recebemos a notícia de que ele tinha se envolvido numa briga e sofrido uma parada cardíaca. Ele não tinha problema cardíaco e, depois, toda a história foi aparecendo. O cara deu duas pauladas nele covardemente”, detalhou Arlete.
Motivação do crime
De acordo com a namorada de Bruno, Gabriela Escalante, ela, o namorado e um amigo estavam comendo e bebendo no estabelecimento e, em determinado momento, ao se afastarem da mesa, o cozinheiro se aproximou dos rapazes e ali se iniciou uma discussão.
“Eu ouvi o nosso amigo falando para eles se acalmarem, explicando que o Bruno estava bêbado e que eles não precisavam brigar”, destacou ela ao G1.
Apesar dos pedidos do amigo da vítima, Gabriela conta que a discussão se intensificou e que o cozinheiro pegou um pedaço de pau e deu dois golpes na cabeça de Bruno. “Ele caiu no chão, e o nosso amigo tentou ajudar, mas o cozinheiro ainda bateu com o pau no braço dele”, relatou.
Sobre o motivo da briga, a namorada de Bruno alegou que não sabe, pois não estava perto deles quando começou. “Eu não vi o que aconteceu”, informou. Segundo Gabriela, a vítima morreu no local, e o corpo ainda está passando por perícia. Ainda de acordo com a jovem, o cozinheiro foi preso.
Vida fora do Brasil
Segundo a família, Bruno Ribeiro nasceu em Goiânia e morava no exterior havia cinco anos, onde vivia com o pai e trabalhava como entregador.
De acordo com os familiares, o rapaz era brincalhão, uma pessoa boa e não arrumava confusão. “Todo mundo gostava dele”, reforçou um tio da vítima.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores informou que está à disposição para prestar assistência consular aos familiares e que não passa informações sobre o caso por causa da privacidade. De acordo com a imprensa local, a Polícia Judiciária (PJ) está responsável por investigar a morte do brasileiro.