“Tiro na cara” e guerra civil: veja polêmicas de deputado alvo da PF
O deputado Amauri Ribeiro (União) foi alvo da 15ª fase da Operação Lesa Pátria, que apura atos relacionados ao 8 de janeiro
atualizado
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A Polícia Federal (PF), nesta terça-feira (29/8), cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao deputado estadual de segundo mandato Amauri Ribeiro (União Brasil-GO). Além de conhecido por sempre usar chapéu e por posicionamentos de extrema-direita, a vida política do parlamentar é permeada por diversas polêmicas.
Os mandados foram cumpridos na 15ª fase da Operação Lesa Pátria, que tem por objetivo de identificar pessoas que incitaram, participaram e fomentaram os ataques às sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.
Confira as principais polêmicas:
Financiamento de acampamentos
Em junho deste ano, Ribeiro afirmou, durante fala na tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), que deveria estar preso por ajudar e financiar acampamentos antidemocráticos.
“Eu ajudei a bancar quem estava lá. Pode me prender, eu sou um bandido, eu sou um terrorista, eu sou um canalha, na visão de vocês. Eu ajudei, levei comida, levei água e dei dinheiro. Eu acompanhei lá e também fiquei na porta, porque sou patriota”, disse o parlamentar.
Na ocasião, o deputado condenava a prisão de Benito Franco, tenente-coronel e ex-comandante das Rondas Ostensivas Táticas Metropolitanas (Rotam) de Goiânia.
Ameaça de guerra civil
Durante a campanha para as Eleições de 2022, o deputado estadual ameaçou uma guerra civil caso o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencesse 0 pleito.
“Você está do lado errado. E deixa eu te falar: se o seu presidente [Lula] ganhar vai acontecer uma guerra civil no país e eu sou reservista. E se eu for convocado, eu vou para rua e vou empunhar uma arma. Deus que te livre de estar do outro lado nessa luta. E é isso que a gente tem que dizer”, afirmou.
À época, a assessoria do parlamentar afirmou que o vídeo em que ele comenta a possibilidade de guerra civil estava fora de contexto. “Não houve ameaça a nenhuma pessoa, nem às instituições, tampouco à democracia”, disse.
“Merecia um tiro na cara”
Em agosto de 2021, Amauri Ribeiro se tornou alvo de outra polêmica por dizer que a vereadora por Goiânia Luciula do Recanto (PSD) “merecia um tiro na cara”. A declaração ocorreu na tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), enquanto defendia o direito à propriedade privada.
“Eu fico puto quando vejo uma vereadora, igual essa aí de Goiânia que se diz protetora de animais, arrebenta o portão da casa de um cidadão, sem mandado, sem ordem judicial, porque ela também não é polícia, nem com ordem ela podia, e invade uma casa. Para mim, merecia um tiro na cara. Quem invade o que não é seu, não merece nem viver”, disse.
Na ocasião, ele se referia a uma ação em que a vereadora acionou a Guarda Metropolitana e a Agência Municipal de Meio Ambiente em denúncia contra uma rinha de galos.
Agressão a desafeto
Em fevereiro de 2022, o deputado estadual foi flagrado enquanto agredia, com murros, um desafeto político, em Piracanjuba, no sul de Goiás. O alvo das agressões era o ex-candidato a prefeito de Piracanjuba Cláudio Chaves Moreira, popularmente chamado de Cláudio Grilo.
“Deu murro na minha cara. Saiu sangue”, disse Cláudio Grilo, em entrevista ao Metrópoles, logo após sair da delegacia, onde fez boletim de ocorrência contra o parlamentar.
Esposa no colo
Em 2019, ele assumiu o mandato na Alego com a esposa sentada em sua perna esquerda. O registro viralizou por ser interpretado como um gesto de machismo.
O parlamentar, porém, alegou que tomou a atitude para dar lugar a uma idosa. “No final da cerimônia, por 40 segundos, sentei a minha esposa na perna para ela dar lugar a uma idosa. Se eu deixasse ela de pé, ia ser chamado de um cara grotesco. Se eu deixasse ela sentada e ficasse de pé, seria um tosco por contrariar as regras da casa. Tem outras coisas mais importantes para a população se preocupar”, disse.
O registro do deputado Amauri Ribeiro viralizou nas redes sociais, por mostrar ele com a esposa no colo durante cerimônia na Alego
Surra na filha
Amauri ganhou notoriedade após aplicar uma surra na filha por encontrar fotos íntimas no celular dela. O caso ocorreu em 2015, quando ele era prefeito da cidade de Piracanjuba, localizada a 90 km da capital goiana.
Em vídeo publicado nas redes sociais, ele confirmou as agressões e disse não se arrepender da atitude. A filha, posteriormente, perdoou o pai pelas agressões.
“Minha filha tomou um corretivo e eu não me arrependo de ter dado esse corretivo. Qualquer pai que tenha amor pela moral e zelo pela sua família teria se desesperado ao ver o que eu vi”, disse.