Tiro em jovem no McDonald’s não foi acidental, diz amigo do agressor
Testemunha disse à polícia que tentou evitar que colega “fizesse uma besteira”. CBMERJ pediu prisão de Paulo César de Souza Albuquerque
atualizado
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Rio de Janeiro – Amigo do sargento bombeiro Paulo César de Souza Albuquerque, que baleou um funcionário do McDonald’s, na Taquara, zona oeste do Rio, disse em depoimento que o tiro não foi acidental, segundo informações do G1.
Mateus Domingues Carvalho, de 21 anos, foi alvejado no abdômen enquanto trabalhava no drive-thru, na madrugada da última segunda-feira (9/5). Imagens de câmeras de segurança a que o Metrópoles teve acesso mostram o bombeiro agredindo e atirando no jovem. Veja:
⏯️ Vídeo mostra momento de tiro em atendente do McDonald’s após discussão.
Crime aconteceu no McDonald’s da Taquara, zona oeste do Rio, na madrugada desta segunda (9/5). Mateus Domingues, de 21 anos, segue internado.
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— Metrópoles (@Metropoles) May 9, 2022
Em depoimento, Carlos Felipe da Silva Brasil, o homem de casaco laranja nas imagens, contou na noite dessa quarta-feira (11/5), na 37ª DP, que o amigo bateu em Mateus novamente dentro da loja, o rapaz se defendeu e ele atirou em seguida.
Carlos e a mulher que aparece nas imagens estavam de carona com o sargento do Corpo de Bombeiros. Ela também já prestou depoimento.
A versão de Carlos Felipe contradiz a apresentada pela defesa do bombeiro, segundo policiais. Na 37ª DP, Paulo Cezar e seu advogado disseram que o tiro que atingiu o atendente Mateus foi acidental. O amigo contou que tentou impedir que Paulo César “fizesse uma besteira”, quando ele entrou na lanchonete com a arma na mão.
Carlos relatou em depoimento que foi atrás de Paulo César dentro do McDonald’s. Lá, o bombeiro deu mais soco no atendente, que reagiu para se defender, e, em seguida, Paulo César atirou e saiu.
A mulher que acompanhava os dois tinha ficado no carro do bombeiro, saiu quando ouviu o disparo e começou a chorar, muito nervosa, sendo acalmada pelo marido. Segundo Carlos, o bombeiro entrou no carro e levou o casal de volta para casa, sem dar nenhuma palavra durante o trajeto.
O casal contou na delegacia que estava num evento, em um bar em Curicica, também na Zona Oeste. Por volta de 1h30, assim que saíram, encontraram Paulo César, conversaram e decidiram fazer um lanche. Os dois foram embora de carona com o bombeiro.
Eles disseram que a fila do drive-thru estava demorada e o funcionário foi ríspido com Paulo. Quando foram atendidos, o bombeiro informou que usaria o cupom do aplicativo e Mateus teria dito: “Quando for assim, tem que avisar”.
Matheus está estável, acordado e continua no CTI do Hospital Municipal Lourenço Jorge, sem previsão de alta. Nos próximos meses, precisará passar por outra cirurgia para reconstruir o intestino, afetado pelo disparo.
O jovem retirou um rim após o órgão acabar dilacerado com a bala no abdômen, mas não vai precisar passar por hemodiálise, segundo informações médicas à família.
Em nota, o Corpo de Bombeiros (CBMERJ) informou que o militar responderá civilmente pelos seus atos na Justiça comum. A corporação já fez o pedido de prisão preventiva do profissional. Paralelamente, o comandante-geral, coronel Leandro Monteiro, determinou a suspensão imediata do porte e posse de armas do militar, além da instauração de um inquérito policial militar para apurar a conduta do profissional e a abertura de um conselho disciplinar.
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