“Tiraram um pedaço da minha vida”, diz pai de menina morta no Rio
Gilgres Santos, pai da menina Eloáh, morta em um tiroteio no Morro do Dendê, no Rio, tem mais dois filhos e diz que terá de “seguir a vida”
atualizado
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Os pais da menina Eloáh, de 5 anos, morta durante uma série de disparos de tiros em uma ação da Polícia Militar do Rio de Janeiro no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, prestaram depoimento neste sábado (12/8) na Divisão de Homicídios da Polícia Civil e, na saída, comentaram a tragédia que abalou a família neste fim de semana.
Eloáh estava em seu quarto, na sua casa, quando foi atingida por um tiro. Na hora, policiais estavam no acesso do morro para conter um protesto feito por moradores contra outra morte, de um adolescente de 17 anos, durante outra ação policial. Os PMs afirmaram que revidaram tiros.
À TV Globo, na porta da delegacia, o pai de Eloá, Gilgres Santos, falou em dor e falta de consolo diante da situação.
“Infelizmente, é seguir a minha vida e manter as (filhas) que eu tenho em casa ainda, já que levaram a minha filha. Eu tenho duas para criar, entendeu? Então, não tenho mais palavras para falar para vocês, que dor nenhuma vai me consolar. A dor pela minha filha, que já se foi, que acabou. Tiraram um pedaço da minha vida, foi a minha filha”, disse o pai.
Já a mãe da menina, Claudia da Silva de Souza, falou que a única justiça pela qual esperava era “a justiça de Deus”.
Os policiais que participaram da operação foram afastados das funções e a polícia do Rio afirma que investiga o caso. O tenente-coronel da PM do Rio Fábio Batista Cardoso, do 17º Batalhão da PM, na Ilha do Governador, que comandou a operação, foi afastado.