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Tikúna, Makuxí e mais: indígenas de várias etnias disputam eleições

Candidatos de 170 diferentes etnias e de partidos que vão do PT de Lula ao PL de Bolsonaro tentam vagas em prefeituras e câmaras

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1 de 1 Foto colorida de indígenas candidatos - Metrópoles - Foto: Montagem/ Reprodução

O número de candidatos indígenas aumentou 13% nas eleições brasileiras deste ano, quando se compara com o último pleito municipal, de 2020. São 2,5 mil candidatos a prefeito, vice e vereador de 170 diferentes etnias.

A maior fatia dos candidatos indígenas nessas eleições são do povo Kaingang, presente em estados como Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Na segunda posição, com 148 candidatos, estão os Tikúna, que estão na Amazônia. O Sistema de Informação da Atenção à Saúde Indígena (Siasi) estima que há cerca de 57,6 mil indígenas da etnia Tikuna. No Brasil, eles estão concentrados no Amazonas.

O estado da região Norte do país concentra a maior fatia de candidaturas de indígenas para as eleições de 2024.

Também é no Amazonas que está a cidade com mais candidatos indígenas. É São Gabriel da Cachoeira, na fronteira com a Colômbia, conhecido como o município com a maior concentração de diferentes etnias indígenas do país.

Para se ter uma noção, dos sete candidatos a prefeito da cidade, apenas um é branco. Os outros seis são de diferentes etnias da região, como Baré, Tukano, Tuyuka e Baniwa.

Eleição para cacique

Parte desses candidatos indígenas usam a denominação da própria etnia como o nome que vai aparecer na urna eletrônica no momento da votação. É o caso da assistente social Osana Kaingang (Cidadania), candidata a vereadora em Ipuaçu (SC).

“Só quem viveu a história pode falar dela intensamente”, defende Osana em sua campanha, fazendo referência ao histórico de violência contra o povo Kaingang.

Atualmente, ela trabalha na Saúde Indígena e começou sua vida profissional na Pastoral da Criança, órgão vinculado à Igreja Católica. As missões católicas influenciaram a cultura dos Kaingang na forma de se organizar e na espiritualidade. Os mitos indígenas são misturados aos santos católicos, por exemplo.

Além disso, o povo Kaingang tem uma organização política forte e hierárquica. Os caciques são escolhidos por meio de eleições. Em comunidades no Rio Grande do Sul, o sistema de votação é feito com sementes de milho e feijão, depositadas em urnas, segundo artigo do Instituto Socioambiental (ISA).

Diferentes partidos

O partido com mais candidatos indígenas nesta eleição é o Partido dos Trabalhadores (PT), com 346 candidatos. A sigla é a mesma do presidente Lula, que criou o primeiro ministério voltado exclusivamente para a causa indígena.

Entre os cinco partidos com mais indígenas também estão o MDB, PSB, Republicanos e PP.

O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro também está presente com 92 candidatos indígenas, mesma quantidade de candidatos do PSol. A Rede Sustentabilidade, partido criado pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem 104 candidatos indígenas.

Em Jacareacanga (PA), cidade no Vale do Rio Tapajós com uma das maiores áreas mineradas do país, há dois candidatos indígenas da etnia Munduruku que se declaram garimpeiros. Um deles é Thomaz Boro, candidato a vice na chapa do ex-prefeito Raimundinho. Ambos são do Podemos.

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