Tia de Suzy detalha casos de abusos cometidos pela transexual
Criminoso entrevistado no Fantástico foi condenado a 36 anos e 8 meses de prisão por estuprar e matar um menino de 9 anos
atualizado
Compartilhar notícia
A personagem que emocionou o público ao contar sua história de solidão na cadeia, em matéria do doutor Drauzio Varella no Fantástico do dia 1º de março, tem longo histórico de casos suspeitos de abuso, segundo conta uma tia em processo de revisão criminal.
A transexual Suzy de Oliveira foi condenada a 36 anos e 8 meses de prisão por estuprar e matar uma criança de 9 anos, em maio de 2010. Ela teria deixado o corpo da criança apodrecer em sua sala por 48 horas. O nome de batismo do criminoso é Rafael Tadeu de Oliveira Santos. As informações são do site O Antagonista.
Suzy, segundo apurou o Metrópoles, já teria sido acusada por patrões e parentes de abusar de outras crianças. Segundo relatos feitos em oitiva por uma tia de Suzy, constante das folhas 645 a 650 do Pedido de Revisão Criminal, “ele roubava, mentia e não ia para a escola, até os 12 anos. Depois dessa idade, começou a roubar com arma e fumava maconha”, disse em depoimento no processo, que corre em segredo de Justiça.
A testemunha ainda declarou que Suzy teve problemas com os patrões quando trabalhava em uma padaria. “Foi acusado de estar abusando de uma criança de 3 anos, e os parentes da criança foram na minha casa atrás dele, querendo matá-lo”, contou a mulher ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP).
Em outra ocasião, a tia recebeu reclamações de Suzy porque ela teria ido passar as férias na casa do irmão e teria “tentado estuprar o sobrinho de 5 anos”. Ela ainda complementa: “Na escola, era acusado de pular o muro, ir no banheiro passar a mão em alguém e roubava de professores”, completa o depoimento.
A tia acrescentou ainda que o sobrinho teria se envolvido em um outro roubo quando adolescente, no qual foi assaltar a casa com uma faca na mão e uma “moça novinha com criança de colo se assustou e pulou a janela”, disse.
Depoimento válido
Embora a defesa de Suzy tenha tentado dizer que os fatos não estavam em análise e que não deveriam ser citados para a acusação dela no caso em que matou o menino Fábio dos Santos Lemos, a Justiça considerou o depoimento da tia válido e citou entendimento do livro Tratado de Direito Penal: Parte Geral, de Cezar Roberto Bitencourt:
“Deve-se analisar o conjunto do comportamento do agente em seu meio social, na família, na sociedade, na empresa, na associação de bairro etc. Embora sem antecedentes criminais, um indivíduo pode ter sua vida recheada de deslizes, infâmias, imoralidade, reveladores de desajuste social”, diz o texto.
As alegações para considerar a vida pregressa de Suzy são de que o magistrado precisa conhecer a pessoa que estará julgando.
Repercussão
O médico Drauzio Varella emitiu, na noite de domingo (08/03), nota de esclarecimento após os supostos motivos da condenação de Suzy de Oliveira, uma das detentas trans entrevistadas por ele no Fantástico, terem sido revelados.
Na nota, Drauzio Varella disse que “não é juiz” e relembra que, há mais de 30 anos, frequenta presídios, tratando igualmente detentos e detentas. “Em todos os lugares em que pratico a medicina, seja no meu consultório ou nas penitenciárias, não pergunto sobre o que meus pacientes possam ter feito de errado”, escreveu.
Segundo a nota, essa conduta é seguida para garantir que o julgamento pessoal de Drauzio não o impeça de cumprir o juramento que ele fez ao tornar-se médico. “No meu trabalho na televisão, sigo os meus princípios”, frisou.